A derrota por números algo pesados (82-54) aconteceu basicamente devido ao elevado número de turnovers (30) e à fraca eficácia nos lançamentos de 2 pontos (33%), indicadores em que as anfitriãs estiveram bem mais consistentes (15 e 49%, respectivamente).
Enquanto houve forças e clarividência, o equilíbrio foi a nota dominante (20-20 nos 10 minutos iniciais), com o tiro exterior das lusas (57% com 4 triplos convertidos em 7 tentativas) a compensar o maior poder físico das adversárias na área pintada, traduzido numa boa percentagem nos duplos (64%).
No 2º período os erros do nosso seleccionado aumentaram em flecha (de 4 turnovers passámos para 13), pelo que a diferença pontual ao intervalo (40-27) reflectia a dificuldade das pupilas de Ricardo Vasconcelos em se libertar da marcação contrária e atacar o cesto nas melhores condições.
Algumas decisões controversas da arbitragem, punindo sistematicamente as nossas jogadoras (15 faltas marcadas a Portugal contra 7 da Finlândia, na 1ª parte) ajudavam também a explicar a diferença, com as anfitriãs a irem para a linha de lance livre em muito maior número de vezes (18 contra apenas 5, até ao intervalo).
Na 2ª metade as coisas não se modificaram porque entretanto o carregar de faltas em algumas das nossas pedras mais influentes (caso de Joana Lopes, que fez a 4ª falta no minuto 22, aos 46-27), sendo excluída no início do último quarto (minuto 31, aos 62-45), enfraqueceu as capacidades lusas em se bater com algum êxito ante a superioridade adversária. Um parcial de 10-0 consentido em 5 minutos obrigou o seleccionador luso a pedir um segundo desconto de tempo no minuto 36 (aos 72-45), com alguns resultados práticos, pois até ao final da partida a diferença não se avolumou.
Para Ricardo Vasconcelos « uma equipa que faz 30 turnovers não pode pensar em ganhar nem tão pouco ser competitiva ». Perspectivando o jogo de amanhã « é necessário mostrar outro carácter e fazer entender que as 12 atletas estão cá para contribuir com coisas positivas », rematou o seleccionador.
Destaque nas vencedoras para Heta Korpivaara, que joga no Aguer de Tenerife, equipa da 2ª Liga espanhola. Foi a MVP do encontro (23,0 de valorização), terminando com 26 pontos, 9/11 nos duplos (82%), 1 triplo, 4 ressaltos e 5 faltas provocadas, com 5/7 nos lances livres, tendo sido bem acompanhada por Krista Gross (10 pontos, 7 ressaltos sendo 3 ofensivos e 5 roubos) e Dionne Pounds (11 pontos, 4 ressaltos, 3 assistências, 3 roubos e 6 faltas provocadas).
Na selecção portuguesa as mais certas foram Joana Lopes (10 pontos, 2 triplos e 5 ressaltos), Débora Escórcio (9 pontos, 4 ressaltos e 3 roubos) e Carla Nascimento (5 pontos, 1 triplo, 3 ressaltos, duas assistências e 3 roubos). Boa actuação do colectivo luso na luta das tabelas (40-40 ressaltos), com 13-13 nos ressaltos ofensivos, sobressaindo a capitã Sara Filipe (9 ressaltos sendo 2 ofensivos), a melhor ressaltadora do jogo. Estreias na selecção sénior das jovens Michelle Brandão, Maria João Correia e Luiana Livulo, as três nascidas em 1991 (ainda são Sub-20) e de Diana Neves; portuguesa nascida na África do Sul e que vive na Austrália com os pais, desde os 5 anos de idade (tem 24), representando o Boa Viagem desde Janeiro deste ano.
Ficha do jogo
Tikkurila Sport Hall, em Helsínquia
Finlândia (82) - Reetta Piipari (5), Heta Korpivaara (26), Dionne Pounds (11), Tiina Sten (8) e Taru Tuukkanen (6); Vilma Kesänen, Minna Sten (5), Krista Gross (10), Henna Salomaa (3), Evita Liskola (4), Henna Koponen (2) e Linda Lehtoranta (2)
Portugal (54) - Carla Nascimento (5), Ana Oliveira (2), Joana Lopes (10), Sara Filipe (2) e Tamara Milovac (1); Débora Escórcio (9), Célia Simões (6), Michelle Brandão (5), Diana Neves (8), Ana Fonseca (4), Luiana Livulo (2) e Maria João Correia
Por períodos: 20-20, 20-7, 21-16, 21-11
Árbitros: Timo Nikula, Mikko Siivonen e Mikko Sierla
Hoje realiza-se o 2º jogo, no mesmo recinto (às 15 horas locais), correspondendo às 13 horas portuguesas.