Embora ainda sinta alguma frustração por ainda não ter sido desta que conseguimos conquistar para o nosso Seixal um Campeonato Nacional de um escalão de formação,
ainda para mais quando esta Fase Final se disputou no nosso Pavilhão, é com todo o gosto que respondo afirmativamente ao desafio lançado pelos amigos do Planeta Basket de comentar este ponto alto do calendário federativo, o qual ocorreu no passado fim de semana, assim:
Como balanço global desta Festa só posso classificar como bastante positivo tudo o que se sentiu e viveu, pois julgo que praticamente todos os objectivos que se pretendem atingir nestes momentos foram conseguidos, já que houve Emoção, Fair-Play entre os participantes, as bancadas do pavilhão estiveram quase sempre completamente preenchidas (com destaque, evidentemente, para o último jogo que decidia o vencedor do Campeonato), a qualidade basquetebolistica (individual e colectiva) verificada foi bastante aceitável e foi consagrado um justo Vencedor, o Ginásio Clube Figueirense, fruto de um muito meritório trabalho de um clube, que apenas com atletas originários da sua formação conseguiu repetir um Titulo que já tinha conseguido obter pelo mesmo grupo enquanto Sub 14 na época de 2008/2009. Embora tenha havido bastante emoção e os jogos tenham tido algum equilíbrio é curioso verificar que todos os resultados finais originaram diferenças na casa das dezenas, com excepção do primeiro jogo em que a diferença se ficou pelos 9 pontos e mesmo assim devido a um triplo no último segundo por parte da equipa benfiquista.
Sexta, 10 de Junho de 2011
Ginásio C. Figueirense 61-52 S.L. Benfica
Seixal F.C. 70- 54 S.C. Vasco da Gama
Sábado, 11 de Junho de 2011
Ginásio C. Figueirense 69-45 S.C. Vasco da Gama
Seixal F.C. 59-69 S.L. Benfica
Domingo, 12 de Junho de 2011
S.C. Vasco da Gama 65-82 S.L.Benfica
Ginásio C. Figueirense 73-47 Seixal F.C.
Analisando a prestação das equipas uma a uma, a minha visão é a seguinte:
S.C. VASCO DA GAMA
O S.C. Vasco da Gama apresentava-se nesta Fase Final com legitimas aspirações de atingir o primeiro lugar, em virtude de ter sido a primeira equipa a garantir a sua presença neste momento competitivo e de reunir um grupo de atletas com um excelente nível técnico, no entanto uma entrada no primeiro jogo com o Seixal F.C. menos conseguida e alguma dificuldade de reacção a esse momento menos positivo (que para a faixa etária é perfeitamente normal) originou um resto de competição abaixo das reais capacidades deste grupo. De qualquer das formas a imagem deixada acabou por ser globalmente positiva, uma vez que durante todo o fim de semana acabaram por mostrar uma valia perfeitamente de acordo com uma equipa que conseguiu atingir esta fase do Campeonato Nacional.
Quanto ao Basket apresentado pode-se dizer que basearam o seu jogo numa grande intensidade defensiva, sempre em HxH, quase sempre em todo o campo, enquanto que no ataque privilegiaram as transições rápidas (nem sempre muito bem conseguidas, já que a velocidade de execução era sempre bastante elevada) e quando se viam obrigados a jogar 5x5 utilizaram um modelo de 5 bastante abertos com penetrações sistemáticas, embora o seu atleta mais efectivo, o extremo-poste João Guimarães sempre que recebia a bola no interior se tornava um grande dor de cabeça para os opositores.
Relativamente a nomes gostava de referir o já mencionado João Guimarães (10) (um jovem com cerca de 1,95m que mostrou uma disponibilidade física e potencial para o futuro consideráveis e que se revelou praticamente imparável sempre que recebia a bola perto do cesto, sendo que, só com Zona se conseguia controlá-lo) e o base João Oliveira (5) (que se trata de um atleta que, embora de primeiro ano de Sub 16, revelou grande à vontade, muito talento e um grande entusiasmo, o que em determinadas ocasiões chegou a prejudicar as suas prestações).
SEIXAL FUTEBOL CLUBE
Para nós, Seixal, a presença neste momento competitivo, que em boa hora as nossas Câmara Municipal e Junta de Freguesia decidiram apoiar, juntamente com 3 grandes clubes do nosso Basket, representa um grande orgulho e um sinal evidente de que com trabalho e dedicação também podemos atingir estas Fases Finais em escalões que não só os Sub 14, isto mesmo tendo em linha de conta que à medida que avançamos nos escalões etários, maior é o recrutamento dos clubes com que temos de competir, o que ainda torna mais difícil a nossa missão.
Como balanço desportivo final é evidente que ficámos com algum amargo de boca por não termos chegado à meta em primeiro, pois entrámos bem com o S.C. Vasco da Gama, fizemos uma esplendorosa 1ªparte com o S.L. Benfica, mas depois caímos, não reagimos bem à Zona Mista imposta pelo nosso adversário na 2ª parte deste jogo, ainda reagimos na 1ª metade do jogo final com o Ginásio C. Figueirense, mas na parte final já não tivemos, nem força física, nem anímica para contrariar o excelente Basket apresentado pela rapaziada da Figueira nos últimos momentos desta Fase Final.
Relativamente à forma como nos apresentámos posso dizer que tentámos apresentar um Basket alegre e agressivo, tanto na defesa como no ataque, defendemos HxH, em todo o campo e em meio-campo, defendemos Zona 2x3, defendemos Zona Pressing 1x2x1x1, defendemos Box and One e ainda utilizámos Zona Mista com 2 Homem e 3 Zona. No ataque tentámos sempre que possível privilegiar as transições e procurámos responder sempre da melhor maneira a todas a cambiantes defensivas que nos foram aparecendo com agressividade e fazendo uso da boa técnica individual que a maioria dos nossos atletas já demonstra, sendo que apenas com a Zona Mista do S.L. Benfica sentimos mais dificuldades, não tanto por não estarmos preparados, mas mais por termos sido pouco agressivos a fazer aproximar a bola das zonas perto ao cesto.
Importa registar que a partir de determinado momento da competição, sentimos algumas dificuldades físicas, em virtude de termos sido a equipa que efectuou menor rotação dos seus atletas, já que o nosso grupo não tem a mesma profundidade dos nossos opositores, uma vez que não é fácil perder 3 atletas desta geração para os outros e mesmo assim ainda conseguirmos jogar a este nível, no entanto é com satisfação que registo que dos 16 atletas que equipámos durante os 3 dias, 8 ainda são Sub 16 para a próxima época, o que nos abre excelentes perspectivas de continuidade de bons resultados neste escalão.
No que respeita a destaques individuais não vou, como é fácil compreender, alongar-me muito, até pelo apreço e carinho que tenho para com toda esta malta. No entanto não deixo de assinalar com satisfação que os atletas que constituíram o nosso Cinco Inicial (Ricardo Leça (4), António Jorge (13), Francisco Pescadinha (6), Erico Lima (10) e Benvindo Lima (7)) estiveram ao seu nível, sendo que do banco também vieram contributos positivos, principalmente do Daniel Dias (8) no jogo com o S.L. Benfica e do Chris Santos (9) no jogo com o S.C. Vasco da Gama.
SPORT LISBOA E BENFICA
Primeiro que mais nada, gostava de referir que esta equipa do S.L. Benfica, é de todas as presentes na Fase Final a única que é composta na sua maioria por atletas que iniciaram a prática da modalidade em outros clubes, o que até é fácil de compreender, tendo em conta que a grandiosidade do clube garante uma capacidade de sedução de atletas e familiares com que os demais emblemas não podem competir, sendo que dos atletas mais utilizados (e mesmo assim começaram sempre os jogos no Banco) apenas dois, os seus números 4 e 9, jogavam há 2 anos na equipa de Sub 14 do S.L. Benfica, enquanto que dos restantes, 3 vieram do Seixal F.C., 2 do U.D. Vilafranquense, 1 iniciou-se no Basket de Almada, 1 jogava em Queluz e possivelmente outros vieram de outros locais e clubes.
Relativamente à sua participação nesta prova julgo que se tratava da equipa com mais argumentos para bater o pé ao Ginásio C. Figueirense, no entanto uma entrada em falso no primeiro jogo com esse opositor impossibilitou a conquista de um Titulo que foi seu nas 2 épocas anteriores. No segundo dia ainda passou um mau bocado, tendo estado a perder com o Seixal F.C. por cerca de 15 pontos no decorrer da 1ªparte, mas uma excelente 2ªmetade permitiu um reviravolta no marcador que originou uma vitória por 10 pontos de diferença que ainda fez sonhar com a conquista do Campeonato e elevou os níveis de confiança para o último jogo com o S.C. Vasco da Gama, onde alcançou uma vitória incontestável por 17 pontos de diferença, independentemente do mau arranque, em que chegou a estar a 11 pontos do adversário.
No que respeita ao jogo desta equipa pode-se dizer que o S.L.Benfica utilizou um Basket muito trabalhado, com movimentações ofensivas com bastante continuidade em que procuravam tirar proveito da elevada estatura dos seus atletas e da capacidade de tiro de 2 ou 3 jogadores mais exteriores, enquanto a defesa também apresentou elevados níveis de eficiência, dificultando bastante a vida aos seus adversários, tanto recorrendo a soluções de HxH (todo o campo e meio campo), como a soluções de Zona e Zona Mista.
Quanto a destaques individuais desta equipa, três nomes emergem, os três jovens formados no Seixal F.C., Diogo Gameiro (13), Sérgio Silva (7) e João Moreira (15), os quais em conjunto garantiram mais de metade dos pontos, dos ressaltos e das assistências da sua equipa e certamente que marcarão presença no próximo Europeu de Sub 16. Pode-se dizer que qualquer deles fez uma prova em ascensão e se o jogo com o Ginásio fosse o último possivelmente a história tinha sido outra, sendo que os meus meninos Diogo e Sérgio demonstraram toda a sua valia ao nível da organização do jogo, da capacidade de tiro, de concretização e de liderança dentro das 4 linhas que desde meninos sempre mostraram, além de nunca se terem encolhido em momentos importantes, enquanto o João Moreira limpou as tabelas e talvez tenha sido o melhor marcador da Fase Final, mas surpreendeu-me por ainda só ser eficaz nas áreas perto do cesto, quando um dos seus grandes objectivos era tornar-se um jogador mais exterior.
GINÁSIO CLUBE FIGUEIRENSE
O Ginásio foi um justo, indiscutível e brilhante Vencedor desta 23ª edição do Campeonato Nacional de Sub16 Masculinos.
De facto, a equipa da Figueira apresentou-se no Seixal muito personalizada e moralizada, sendo que o seu arranque com o S.L. Benfica foi decisivo, uma vez que permitiu aumentar ainda mais os níveis de confiança que já de si vinham elevados, o que fez com que daí em diante pudesse ter dominado e controlado os restantes jogos.
Quanto ao Basket apresentado só posso dizer que fiquei uma vez mais deliciado e gostaria de voltar a dar os meus sinceros Parabéns ao seu Treinador, Luís Dionísio, pelo trabalho efectuado com esta rapaziada, que nos presenteou a todos com uma gama de recursos técnico-táctico de grande gabarito e a meu ver bastante apropriados para as características dos seus atletas, tendo em conta que todos eles já dominam com muito à vontade grande parte dos principais fundamentos básicos da nossa modalidade. Esta equipa apresentou as mesmas movimentações ofensivas que já utilizava em Sub 14, mas agora muito mais refinadas, até porque as suas percentagens de lançamentos são agora bem mais elevadas, o que permite «abrir» o campo na sua totalidade, partindo das penetrações dos seus bases e com os lançadores a explorarem ao máximo todos os cantinhos do terreno de jogo que possam estar mais livres. Defendeu sempre Zona 2x3 (muito bem defendida), subida para 3/4 de campo após cesto e utilizou Homem a Homem apenas nas bolas fora pela linha final do seu meio campo defensivo. No ataque, o Ginásio brindou-nos com situações de corte do lado contrário sobre o bloqueio do poste, com situações de pick and roll, com situações simples de bloqueio directo nas mais diversas áreas do campo e por acaso, até começava com um poste à cabeça, que no principio apenas fazia bloqueios, mas que na continuação dos ataques até tinha grande protagonismo. Nas transições esta equipa também foi muito forte, muito impulsionada pelo grande dinamismo dos seus bases e pela agressividade que conseguiram impor na defesa.
Como destaques individuais é de referir a óptima prestação do seu base Pedro Marques (7), porventura o MVP desta Fase Final, já que o Pedro jogou, fez jogar, resolveu, defendeu, revelou uma alegria contagiante com a bola nas mãos, imprimiu sempre o ritmo certo ao jogo, explorou as situações de bloqueio directo como poucos séniores e revelou um espírito de liderança incrível, a excelente prestação do Fernando Rolo (4), temível atirador que mostrou enorme progressão desde os Sub 14 e ainda o trabalho realizado pelo Nuno Bonfim (15), que dominou as tabelas, bateu-se de igual para igual com as 3 referências interiores das outras 3 equipas, que no fundo são 3 internacionais com grandes possibilidades de marcar presença no Europeu do próximo Verão, sendo que em nada o Nuno ficou atrás deles, isto mesmo tendo em conta que é um atleta de 1º ano, que seguramente também passou a entrar nas contas dos Seleccionadores.
Para terminar este meu comentário, resta-me desejar a todos umas óptimas Férias, com muita praia, algum Basket e que em Setembro cá estejamos todos outra vez a trabalhar em prol do Basket Juvenil Português, que bem precisa de muita vontade e dedicação por parte de todos os intervenientes.
Pedro Silveira
(Treinador dos Sub 16 Masculinos do Seixal F.C.)
Comentários
Porque motivo na Taça Nacional de sub16 Masculinos (a 2ª competição mais importante do escalão) estiveram arbitros internacionais e no Campeonato Nacional (a prova mais importante a nivel Nacional do escalão) estiveram os arbitros "jovens talentos"???
Parece anedota mas é a realidade do nosso basquetebol...
Solicitamos a todos os interessados que exponham as suas opiniões de forma correcta, positiva e civilizada, para que as possamos partilhar.
A equipa Planeta Basket
Só para esclarecimento, da equipa do SLB são 7 os formados no Benfica. Isto na vossa forma de ver formação. Mais da equipa de Sub14 de a dois anos estão 5 jogadores.
Para mim, chamo formação dos 6 as 21, até chegarem a seniores. Tudo é formação, isso da exclusividade não existe.
Digo-lhe que nesse jogo o Ginásio entrou a fazer 5-0, o Benfica reagiu com o seu melhor 5 em campo e virou o jogo para 11-5 e depois o treinador do benfica começa o "mexe" e "remexe" na sua equipa e ainda consegue vencer o 1º periodo.
Depois até final o benfica voltou ao mexe e remexe e nunca se encontrou e os seus ex-meninos nunca estiveram bem nesse jogo.
Nos outros 2 jogos do Benfica, 2 bons primeiros periodos do Benfica (tb bom 1º periodo do Seixal e sobretudo do Vasco), péssimos 2 periodos do Benfica vitimas de muitas mexidas do seu treinador. Excelentes 2ºs partes, em virtude de ter utilizado sempre e só o seu melhor 5,Terminando com vitórias claras. Ficou o desejo de ver outro Ginásio-Benfica ...
1º que é um assunto que nada tem a vez com o desempenho dos atletas em competição, 2º porque está cheia de mentiras uma vez que muitos desses atletas já lá estão a algumas épocas e alguns dos outros mudaram de clube por opção própria o mesmo acontece em todos os clubes nomeadamente no seixal, ou o nr. 13 é da formação do seixal? Vivam o basquetebol e deixem cada um tomar as suas opções.
Esqueceram-se? As águas para os atletas? onde estiveram? Estatística?