José Costa, base e um dos capitães da Selecção Nacional, falou com o Planeta Basket sobre o campeonato nacional e o regresso à Selecção.
O jogador que mais vezes representou a nossa selecção e actual campeão nacional revela uma grande ambição e demonstra a vontade de, ao atingir o objectivo de jogar o Europeu na Lituânia, a equipa portuguesa possa vir a inspirar os jovens praticantes de basquetebol.
Este ano foste campeão nacional pela primeira vez, faz-nos um pequeno balanço desta época no teu clube.
Posso dizer que o objectivo principal foi alcançado, ser campeão nacional, mas pessoalmente fiquei triste por não ter vencido a taça de Portugal, pois nunca tive a felicidade de a conquistar. Fomos a melhor equipa da fase regular, chegamos unidos e confiantes ao Play-off e merecemos ser campeões.
Qual foi a sensação quando soubeste da convocatória para jogares na Selecção Nacional?
Fiquei surpreendido quando o professor Mário Palma falou comigo, depois de um treino no Dragão Caixa, acerca da possibilidade de fazer parte da Selecção Nacional. Esta foi a minha primeira reacção, depois fiquei extremamente feliz e motivado para ajudar a equipa nacional.
Aos 37 anos, o que significa para ti representar a selecção nacional?
Primeiro acho que a idade não conta e como o Prof. Mário Palma e o Moncho Lopez dizem o que interessa é que corresponda dentro do campo às exigências do jogo. Para mim representar o País é tudo, acho que deve ser motivo de orgulho e responsabilidade fazer parte de um grupo tão restrito.
Tens uma longa experiência nas equipas nacionais, o que mudou com a chegada de Mário Palma à Selecção?
Acima de tudo mudaram os conceitos e a forma de jogar. O Prof. Palma tem o seu modelo de jogo que aplica com rigor. No fundo tudo se baseia numa simples ideia “Liberdade com Responsabilidade” e nós jogadores temos tentado adaptar-nos à sua filosofia.
Fala-nos um pouco acerca do grupo de trabalho e do ambiente no seio da equipa.
O ambiente é óptimo, somos uma autêntica família e estamos motivados e confiantes para realizar uma boa campanha.
Quais são, na tua opinião, as principais dificuldades que Portugal irá enfrentar diante de Hungria e Finlândia? Acreditas no apuramento?
Em primeiro lugar se não acreditasse não estaria aqui, confio plenamente neste grupo de trabalho e em Setembro estarei a responder às vossas questões sobre o Europeu. No que diz respeito aos nossos adversários, a Hungria joga muito rápido, nomeadamente com o seu novo reforço naturalizado, Trotter, e com o base Adam Hanga, recente escolhido pelos Spurs. Por sua vez a Finlândia tem sete jogadores que jogam em fortes ligas europeias e conseguiram recuperar Mottola, que jogou algumas épocas na NBA e é um poste fortíssimo.
Até agora, as participações das equipas nacionais de formação nas competições europeias tem tido bastante sucesso. Isso é inspirador para a equipa sénior?
Posso dizer que sim, mas era importante que acontecesse o contrário, ou seja, nós inspirarmos os jovens portugueses.
Para terminar, quais são os teus planos para a nova temporada?
Neste momento estou focalizado com o inicio da fase de qualificação dia 9 de Agosto em Coimbra (espero que todos os leitores do Planeta Basket estejam presentes) e posso revelar que pretendo continuar a jogar, só não sei em que clube.