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Nuno TavaresUma das grandes mais-valias do basquetebol espanhol é o contributo dos jogadores que deixam de jogar e passam para outras funções.

O basquetebol espanhol é o campeonato mais competitivo e espetacular do velho continente, sendo o produto de anos e anos de investimento económico, mas acima de tudo, humano, pois os projetos fazem-se por pessoas. Se olharmos para as equipas da ACB podemos ver que muitos dos seus treinadores e staff foram antigos jogadores, tendo como exemplo Pablo Laso (treinador do Real Madrid) que fez carreira no basquetebol europeu jogando em vários clubes como Unicaja Málaga, Real Madrid, Lineltex Triest (Itália) entre outros.

Espanha sempre foi um país de grande investigação desportiva, tendo dado um grande passo depois da organização dos jogos olímpicos de Barcelona em 1992, mas o basquetebol espanhol sempre foi de grande nível e isso deve-se muito ao facto de ter treinadores excelentes que foram passando nas últimas décadas, sendo um dos grandes segredos do basquetebol espanhol.

Trata-se de um ciclo que acontece há anos em Espanha que faz com que a qualidade do basquetebol esteja sempre a um nível alto, ou seja, as equipas têm estruturas sólidas, com treinadores de nível internacional que irão ter um impacto enorme nos jogadores que treinam e especialmente naqueles que têm potencial para serem treinadores, podendo aprender com os melhores, para depois seguirem o seu caminho e devolverem a gerações mais novas aquilo que absorveram enquanto jogadores e explorar novas filosofias que vão desenvolvendo no seu imaginário. Este ciclo promove acima de tudo a oportunidade de jovens jogadores que, por uma ou outra razão, não conseguiram ser jogadores de elite, poderem continuar a desenvolver a sua paixão pelo jogo, contribuindo noutras áreas.

Se formos olhar para o nosso país, podemos ver este tipo de ciclo aquando da presença de José Mourinho no Futebol Clube do Porto, a sua influência foi de tal maneira que a nova geração que saiu dos seus ensinamentos é das melhores gerações de novos treinadores em Portugal, tais como André Villas Boas, Jorge Costa, Domingo Paciência, Pedro Emanuel, entre outros.

No nosso basquetebol o problema nem se põe no sentido de treinadores de referência que deixem a marca nos seus jogadores, que possam adquirir conhecimentos, que possam servir de base para mais tarde puderem “explodir” como treinadores, mas sim pelo facto de que devido ao nosso basquetebol “profissional” não cobrir todo o país, faz com que muitos jovens atletas não possam ter a experiência de poder assistir a um basquetebol mais evoluído que lhes possa desafiar a mente e incentivá-los a irem mais além. As referências são muitos importantes na vida de uma pessoa, e sem dúvida que a vivência junto de estruturas que possam promover esse tipo de experiências são por vezes a chama que pode acender um rastilho que poderá permitir uma caminhada que poderá transformar o sonho numa realidade.

É importante passar a noção aos jovens que praticam a modalidade por este país fora que, mesmo que a sua vida não permita serem jogadores de basquetebol profissionais, que a modalidade oferece uma série de outras posições onde podem também fazer a diferença, e que a modalidade precisa de todos para poder evoluir, sejam treinadores, jogadores, árbitros, oficiais de mesa, fisioterapeutas, seccionistas, entre outros.

O apoio dos pais é sem dúvida extremamente importante neste processo todo e sem eles muitos dos clubes não sobreviviam mas também seria importante que essas pessoas pudessem continuar um clico durante muitos anos e não só até o seu educando deixar a modalidade.

As entidades que promovem o basquetebol deveriam, no meu entender, de realizar clinic´s, workshop´s e seminários de organização e estruturação dos clubes, do seu funcionamento e do modo como poderíamos chegar a um modelo que fizesse com que os nossos clubes e associações pudessem ter um funcionamento mais eficaz e orientado o sucesso pois muitas vezes os clubes são criações de pessoas muito disponíveis mas que não têm o “know how”.

You know!

Este texto está redigido segundo o novo acordo ortográfico

 

Comentários 

 
0 #3 Parabens... 09-12-2011 14:38
Parabens pela sua analise e, pela tentativa com este texto de fazer com que todos contribuam para a modalidade que tanto adoram, independentemen te de serem treinadores, jogadores, dirigentes, adeptos, pais... Acredito que tendo como ponto de partida este principio (ajudar o basquetebol), não restará tempo para mais nada senão contribuir de forma positiva, na tentativa de subir degrau após degrau o nivel do basquetebol Português...qual ser sempre do contra, qual quê...Unidos vamos conseguir chegar mais alto!!!!
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+1 #2 Julio Silva 08-12-2011 19:37
Um excelente texto de opinião e reflexão. Estou em concordancia com a maioría das ideias nele expostas.Precisa-se que mais gente dê opiniões "consistentes" para que o basquetebol possa voltar aos trilhos de importancia que já teve. Treinadores, a ANTB espera por vós e pela vossa colaboração.
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+2 #1 lfcristovao 08-12-2011 17:09
mais uma vez, grande texto, cheio de razão. parabéns, Nuno.
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