O Imortal veio a Lisboa fazer uma demonstração de capacidade atlética e de confiança nas suas capacidades, de forma que a final da zona Sul do CNB1 se concluiu no sábado e o jogo 3 não chegou a ser necessário.

Como aqui se disse na semana passada a pressão pesava sobre a Academia, depois da vitória do Imortal no jogo 1 em Albufeira. O crescendo de forma dos algarvios nas últimas semanas era outro factor a fazer acreditar em dificuldades para a equipa do Lumiar. A Academia foi sem dúvida o conjunto mais regular do campeonato, mas o Imortal atingiu o seu pico absoluto de forma quando mais interessava, e em competições decididas em Play-Off é isso que conta.

No 1º período marcaram-se poucos pontos, e não foi só por mérito das defesas. O nervoso da final atacou o movimento do jogo que mais necessita de rigor, concentração e controlo: o lançamento. O resultado foram uns modestos (9-6) a favor da Academia nos primeiros 10 minutos do encontro. O 2º e o 3º quartos disputaram-se sob o signo do equilíbrio, com ambas as equipas a trabalharem demoradamente o ataque e a preferirem as soluções de lançamento curto. Em cada um dos períodos o Imortal recuperou 1 ponto, chegando ao intervalo a perder por 2 (28-26) e à entrada do último quarto a perder por 1 (40-39). Aqui terminaram os 30 minutos de balanço para começarem os 10 minutos realmente decisivos de jogo.

A atitude guerreira com que o Imortal enfrentou o último período trouxe-lhe a supremacia no encontro. Os algarvios entraram fortíssimos na luta das tabelas, conquistando em pouco mais de 3 minutos 5 ressaltos ofensivos e as consequentes possibilidades de segundos lançamentos. O ascendente dos visitantes passou depois a expressar-se no ataque através de penetrações concluídas em bandejas, que colocaram o resultado em 7 pontos de diferença a 3 minutos do fim. Também na defesa se manifestou o ascendente dos homens de Albufeira, com o jogo interior adversário a ser completamente apagado. A Academia procurou responder utilizando mais o lançamento exterior mas não o conseguiu fazer com acerto, acabando por não passar dos 6 pontos marcados no 4º período. O Imortal, uma vez conseguida a vantagem, controlou bem a posse da bola não incorrendo em qualquer turnover nos últimos 5 minutos, e não deu hipóteses de aproximação à equipa da casa, de forma que o final chegou com o marcador a assinalar (46-54), e a eliminatória encerrou com 2-0 para o Imortal.

A Academia chegou a este Play-Off final com legítimas ambições de vitória justificadas pelo excelente desempenho na fase regular, mas seja por mérito do adversário ou por inferior momento de forma, não esteve ao seu melhor nível da época. A rotação foi inferior à que era habitual, e no momento decisivo a equipa claudicou do ponto de vista físico e não foi capaz de reagir em situação de desvantagem.

O Imortal passou por alguns reveses durante a fase regular, um deles a lesão grave do primeiro jogador estrangeiro incorporado em Janeiro. A recuperação de forma de todos os restantes jogadores para o Play-Off e o novo estrangeiro agregado já na parte final da época permitiram no entanto à equipa de Albufeira apresentar-se na fase decisiva com um 5 inicial mais alto e mais forte, com mais banco e principalmente com a confiança em alta. O Imortal assegura assim o direito desportivo a participar na Proliga na próxima época, e irá ainda disputar o título de campeão do CNB1 com o Leça, vencedor da Zona Norte.

Sábado, 19 de Maio de 2012 - Final do CNB1
Leça-Imortal às 17:00h no Pavilhão da Física em Torres Vedras