Vitória tangencial
 
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Vitória tangencial

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altSamokov (Bulgária) - No 2º jogo de preparação hoje realizado na Arena de Samokov, o colectivo de Kostourkova rectificou alguns erros cometidos na véspera e conseguiu a desforra, numa vitória tangencial (42-41), com um triplo de Inês Viana a selar o êxito luso a 52,5 segundos da buzina.

A Bulgária não entrou com o seu melhor cinco titular (apenas Valchinova bisou a entrada de início) e as nossas representantes aproveitaram da melhor maneira esse handicap, defendendo com agressividade e carregando no ressalto ofensivo. Deste modo conseguiram situações de superioridade numérica que a capitã Laura Ferreira concretizou em lances de contra-ataque (8-0 no minuto 5 e 10-0 à entrada do minuto 6), com a seleccionadora da equipa da casa (Tatyana Gateva) a parar o cronómetro ainda no minuto 5. Fazendo entrar as suas pedras mais influentes, nomeadamente Radostina Dimitrova, G. Kostova (poste) e a capitã Peychinova, a Bulgária foi entrando no jogo, embora com muita dificuldade em se desembaraçar da aguerrida e eficiente defesa lusa. Só da linha de lance livre as anfitriãs conseguiam fazer avançar o marcador (15-8 no final dos 10 minutos iniciais, para Portugal).

No 2º período (8-10) o seleccionado português manteve a mesma atitude até ao minuto 16. Defesa agressiva, transições rápidas e foi com mérito que conseguiu a maior diferença (14 pontos) aos 22-8, ao impor um parcial de 7-0. A partir daqui o rumo dos acontecimentos alterou-se muito por culpa da fraca eficácia das comandadas de Kostourkova, mormente nos lançamentos de 3 pontos (fraquíssimos 8%, com 1 triplo convertido em 13 tentativas), aliada à pouca agressividade a atacar o cesto, fazendo com que ao intervalo (23-18), depois de a selecção anfitriã ter reduzido o prejuízo impondo um parcial de 1-10, o número de faltas provocadas pela nossa equipa (8) fosse praticamente metade do conseguido pelas adversárias (15), com reflexos nos lances livres tentados (6 para Portugal contra 16 e 2 lances convertidos contra 13 das búlgaras). Também o anormal número de turnovers (21 para cada lado) explicava a baixa marcação registada ao cabo da 1ª parte.

No reatamento as portuguesas entraram bem e num ápice 6-0, com Laura Ferreira a dar o mote (o seu único triplo em 5 tentativas), seguido de mais um contra-ataque convertido (o 6º desde o início da partida), este a cargo de Inês Viana. Nova paragem cerebral e até final do 3º quarto (29-23) prosseguiu a toada atípica, com muitos erros de parte a parte (28-32 turnovers) e eficácias muito fracas, salvando-se o acerto das búlgaras da linha de lance livre (80%, com 16 em 20 tentativas).

No derradeiro quarto (13-18) o colectivo de Kostourkova continuou a cometer demasiados erros e manteve praticamente a mesma baixa eficácia nos lançamentos de campo, ainda que tenha melhorado nos tiros do perímetro (subiu para 18%), com duas bombas de Inês Viana a que juntou mais 2 duplos (marcou 10 dos seus 16 pontos neste 4º período). Ao invés algumas desatenções defensivas proporcionaram 4 triplos às anfitriãs, com destaque para a capitã Peychinova (2). Foi através do último dos seus 3 triplos que a Bulgária saltou para o comando (36-38, no minuto 38), pela primeira vez desde o apito inicial e logo depois de Inês Viana ter igualado (38-38) numa jogada de insistência em que foi patente a sua raça e capacidade de luta. Um triplo de Radostina Dimitrova colocou a sua equipa de novo na frente (38-41), com 1 minuto e 33 segundos para jogar. Um oportuno desconto de tempo pedido por Kostourkova serenou os ânimos e deu a tranquilidade necessária às suas pupilas para conseguirem a reviravolta. Uma falta provocada por Jessica Costa permitiu reduzir a desvantagem (39-41) e já no minuto 40 o 2º triplo de Inês Viana (42-41) sentenciou a partida. A seleccionadora anfitriã ainda tentou mudar as coisas (parando o cronómetro por duas vezes), a última das quais a escassos 2,5 segundos da buzina, mas a entreajuda e atenção defensiva das portuguesas não o permitiu.

Na selecção portuguesa destaque para a prestação da base Inês Viana (14,0 de valorização) que voltou a ser a nossa jogadora mais valiosa (16 pontos, 2/4 nos triplos, 2 ressaltos sendo 1 ofensivo, 4 assistências, 6 roubos e uma falta provocada), seguida de perto por Laura Ferreira (13,0 de valorização) ao anotar 10 pontos, 3/4 nos duplos, 1/5 nos triplos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência, 7 roubos e uma falta provocada. Referência ainda para o contributo precioso de Josephine Filipe (11 ressaltos sendo 7 ofensivos), Jessica Costa (8 ressaltos sendo 6 ofensivos) e Inês Veiga (8 ressaltos sendo 2 ofensivos), decisivos para que o seleccionado luso ganhasse a luta das tabelas (45-37 ressaltos), sendo mais de metade (24) ofensivos contra apenas 7 do adversário.

Na congénere búlgara a melhor voltou a ser Radostina Dimitrova, de novo MVP do encontro (21,0 de valorização), ao contabilizar 12 pontos, 1/2 nos triplos, 8 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência, 4 roubos, 2 desarmes de lançamento e 6 faltas provocadas, com 9/10 nos lances livres. Foi bem acompanhada por Radina Kordova (5 pontos, 8 ressaltos sendo 1 ofensivo, 1 roubo e 4 faltas provocadas, com 3/4 nos lances livres). A capitã Peychinova salientou-se pela sua eficácia para além da linha dos 6,75 metros (50%, com 3 triplos em 6 tentativas).

Em termos globais o triunfo de Portugal justifica-se basicamente por ter ganho as tabelas, por ter sido mais colectivo (9-7 assistências), por ter roubado mais bolas (23-15) e por ter sido mesmo assim mais eficaz nos duplos (28%-17%), tendo ainda cometido menos erros (33-39 turnovers), números que já não se usam.
A Bulgária viveu muito do tiro exterior (18%-38%), com 5 triplos convertidos em 13 tentativas contra  4 em 22 tentados. Foi também superior no número de faltas provocadas (12-24), com maior eficácia da linha de lance livre (40%-75%), expressos nos 18 lances convertidos em 24 tentados contar apenas 4 em 10 tentativas das nossas representantes.

Resultado final: Bulgária 41-42 Portugal

Ficha de jogo

Arena de Samokov

Bulgária (41) – Viktoria Valchinova, Martina Nikolova (2), Iva Kostova (2), Veronika Petkova (1) e Ratsila Genova (5); Gabriela Kostova (5), Radostina Dimitrova (12), Kristina Peychinova (9), Kalina Aksentieva, Radina Kordova (5), Lilia Georgieva  e Zlatina Dimitrova     

Portugal (42) – Inês Viana (16), Laura Ferrreira (10), Nádia Fernandes (7), Josephine Filipe (3) e Ana Granja; Jessica Costa (5), Joana Soeiro (1), Inês Veiga, Joana Canastra, Maria Kostourkova (2), Simone Costa e Chelsea Guimarães

Por períodos: 8-15, 10-8, 5-6, 18-14

Árbitros: Tatyana Valcheva e Angel Ivanov 

A comitiva portuguesa parte amanhã de manhã (08H00) de autocarro (em conjunto com a selecção da Bulgária) rumo a Strumica (Macedónia), percurso que ronda os 190 quilómetros, prevendo-se a chegada à cidade que acolhe o Europeu de Sub-18 Femininos, Divisão B, ao final da manhã. O grupo já viaja completo (17 elementos), após a vinda das jovens Sub-16 (Simone Costa, Maria Kostourkova e Chelsea Guimarães) que chegaram ao hotel de madrugada, acompanhadas de Mafalda Hipólito, desde Munique. Falta apenas o árbitro acompanhante (Nuno Monteiro) que viaja sozinho, partindo do Porto amanhã para chegar a Strumica ao final da noite.

 

 


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