As norte-americanas sagraram-se campeãs, vencendo a França por 86-50, enquanto a Austrália garantiu o Bronze ao bater a Rússia por 83-74.
Faltou alguma emoção a uma final onde os Estados Unidos provaram a sua enorme superioridade, frente a uma França que esteve longe do seu melhor neste Torneio Olímpico, não conseguindo ir além do primeiro período na luta pelo resultado. Os minutos iniciais foram mesmo a única fase em que as francesas sonharam discutir o ouro, mas a partir do momento em que o selecionador francês sentou Celine Dumerc, para que esta descansasse, a França começou a ver o jogo fugir-lhe das mãos. Ao experimentar Florence Lepron como base, Pierre Vincent acabou mesmo por cometer o seu maior erro nesta partida.
A partir do segundo período, os Estados Unidos aceleraram para uma vitória inquestionável, sobretudo graças a uma grande exibição de Candace Parker, que terminou o encontro com 21 pontos e 14 ressaltos. Sue Bird, com 11 pontos, e Diana Taurasi, com 9 pontos e 6 assistências lideraram a equipa a partir do exterior. Entre as francesas, Celine Dumerc foi a única que acreditou, durante a segunda parte, que poderia regressar ao jogo, mas com apenas 8 pontos marcados e todas as 5 tentativas de triplos falhadas, a base gaulesa esteve longe de assustar as americanas. Edwige Lawson-Wade e Sandrine Gruda, ambas com 12 pontos, foram as melhores marcadoras da França.
Os Estados Unidos foram um campeão justo, mostrando sempre que estão um degrau acima das restantes equipas, mesmo quando, durante a primeira fase, as suas exibições não foram tão convincentes. Já as francesas, depois de terem chegado à final com todo o mérito, apenas se podem queixar de si próprias por não terem brilhado no jogo mais importante da competição. Ainda assim, a primeira medalha olímpica do basquetebol feminino francês, é bem merecida.
Jogadoras em destaque
Apesar de não haver tais distinções nos Jogos Olímpicos, arriscamo-nos a escolher um cinco ideal da competição. Celine Dumerc, da França, terá sido a base mais forte deste torneio, sendo também a única jogadora fora da equipa dos Estados Unidos a entrar neste cinco ideal. Diana Taurasi, a melhor marcadora das americanas, entra como segundo base, cabendo a Angel McCoughtry um papel de all-around desta equipa, ela que foi utilizada por Geno Auriemma como a sua sexta jogadora. Para o jogo interior, Tina Charles e Candace Parker não deixam espaço para qualquer oposição.
A brasileira Clarissa dos Santos foi a rainha dos ressaltos, a chinesa Lijie Miao a jogadora com melhor média de assistências e a croata Jelena Ivezic a rainha dos roubos de bola. A australiana Lauren Jackson foi a melhor marcadora absoluta do torneio, cabendo a Erika Souza, do Brasil, e a Jo Leedham, da Grã-Bretanha, a melhor média de pontos por jogo.
De destacar, ainda, as boas prestações das australianas Belinda Snell e Liz Cambage, da francesa Sandrine Gruda e da russa Becky Hammon.
Austrália confirma o bronze
No jogo de consolação do Torneio Olímpico, as australianas foram mais felizes e confirmaram a medalha de bronze. O jogo prometeu algum equilíbrio na parte inicial, mas as Opals rapidamente mostraram a sua superioridade neste jogo, deixando a dúvida sobre se um dia mau frente à França, na fase de grupos, não terá provocado um castigo demasiado pesado, afastando-as da final.
Lauren Jackson acabou o torneio em grande, marcando 25 pontos e ganhando 11 ressaltos, contando também com os 21 pontos da veterana Kristi Harrower para garantir a vitória frente às russas, que tiveram em Becky Hammon, com 19 pontos, a sua melhor marcadora.