Vi os olhos da minha filha a brilhar, o basquetebol mudou a minha vida, sem minibásquete tudo tende a acabar, a minha filha não larga a bola, quem gosta de ver crianças felizes não consegue dizer não:
Estas e muitas outras são expressões que podem ler na entrevista do Nelson Moreira.
Há muito que vimos afirmando que a importância da dinâmica do minibásquete não passa apenas pela captação e fomento de praticantes. Sabemos que sem pais não há minibásquete. Estas duas constatações tornam-se evidentes no exemplo de Nelson Moreira, que depois de acompanhar a sua filha no minibásquete, resolveu assumir a liderança das equipas de Mini-12 e Sub-14 do Vitória Mindense. Venha conhecer o excelente exemplo de Nelson Moreira e o que o trouxe ao mundo do basquetebol.
Como surgiu a sua ligação ao basquetebol?
Tudo começou quando o ex-treinador do VFCMindense e também monitor de jamborees Rui Santos convidou a minha filha a participar num treino de minis e eu claro que fui assistir. Nunca mais larguei a modalidade. Ia assistir a todos os treinos, até que um dia o Rui chamou-me para o ajudar e fui com muito gosto. Inicialmente mudei pinos, arrumei as tabelas, brinquei com as miúdas e vi os olhos da minha filha a brilhar. Senti que ela gostava do minibasquéte e foi isso o que me agarrou ainda mais. Entre concentrações e jamborees, conheci a Ana Pinto e o Ricardo Roseta e num fim-de-semana conseguimos juntar as nossas pequenas e fizemos um mini jamboree. Se já gostava deste mundo do minibásquete ainda fiquei a gostar mais. Esse evento foi muito bom, aprendi muito e fiquei ainda mais motivado para continuar.
O que o levou a dar treinos às equipas de Sub-14 e Mini-12 do Vitória Mindense?
Um dia o Rui Santos disse-me que tinha de parar uma época por motivos pessoais, as miúdas disseram-me logo: “Nelson vais ser tu que vais ficar como nosso treinador”. Quem gosta de ver crianças felizes, não consegue dizer que não, comecei então a treinar as minis12 e sub14.
Que importância tem o basquetebol na sua filha e na sua vida familiar?
O basquetebol mudou a minha vida 100%. O basquetebol para a minha filha Catarina Moreira está à frente de tudo. Quando ouvimos alguns pais ou médicos, dizer que os miúdos não largam o computador, eu penso “a minha filha não larga a bola”. É na escola, é no Compal Air, é na seleção, nos treinos, nos jogos de sub14 e sub16 e também ajuda a irmã nas minis 8. Não conseguimos passar um dia sem falar ou jogar basquetebol e quando tem tempo para ir ao computador muitas vezes vai falar com atletas de todo o pais, que estiveram com ela em três jamborees.
Como está neste momento a secção do clube e quantos atletas movimenta?
O basquetebol do VFCM tem atualmente 42 atletas, 4 minis 8, 6 minis 12, 10 sub14, 9 sub16 e 13 sub19. Números um pouco curtos principalmente nas minis, que são a base da formação. Sem as minis tudo tende a acabar.
Como vê o futuro basquetebol do Vitória Mindense?
Não só para o Mindense mas para todos os clubes, acho que devia haver uma forma de podermos fazer concentrações entre clubes com atletas federados e miúdos das escolas, para tentarmos cativar mais crianças para a prática do basquetebol, Apesar de tudo e principalmente do número de atletas ser escasso temos de ser otimistas, na época passada não tínhamos minis 8 agora temos 4, poucos mas temos de continuar a acreditar e tentar continuar o caminho que temos vindo a percorrer.
O que poderia ser feito para dar mais dinamismo ao Mindense?
Tentar chamar a atenção dos pais para acompanhar os filhos principalmente nos jogos, conseguíamos ser muito mais dinâmicos e conseguíamos dar a conhecer algumas das dificuldades que tentamos ultrapassar.
Também seria muito bom conseguirmos trazer até Minde treinadores como o San Payo Araújo, Ana Pinto ou o Sérgio Rosmaninho e juntar todas as crianças que quisessem estar presentes para passar um dia a treinar, incluía também todas as sub14, sub16 e sub19 para as motivar, quem sabe a serem um dia também treinadoras.
Para finalizar que pergunta gostaria que lhe fizessem e que resposta daria?
Gosta de treinar basquetebol? Adoro. Primeiro gosto de trabalhar com o Nuno, treinador das sub16 e sub19 e com a Salomé presidente do basquetebol que trata da parte burocrática, sem eles não conseguia trabalhar. Gosto de ver as crianças que pegam pela primeira vez numa bola. Encanta-me a sua alegria quando ao fim de várias tentativas conseguem encestar o primeiro cesto, quando vão pela primeira vez a uma concentração, quando vamos passar um fim-de-semana em equipa, quando vamos andar de comboio pela primeira vez, como por exemplo até à Covilhã para fazermos um mini jamboree, quando vão ver se foram convocadas para o jogo do fim-de-semana. Adoro ver as miúdas que embora acabem o jogo a perder por vários pontos conseguem dar uma grande lição a pais e treinadores, “sorrir e aplaudir a equipa adversária”, tudo se resume a isso mesmo ver as miúdas sorrir.
Finalmente, agradeço à Ana Pinto e ao San Payo por esta entrevista e espero que muitos pais sigam os meus passos as miúdas merecem. Elas precisam da nossa colaboração.
Comentários
Conheci o Nélson, um Pai atento e sempre presente!, por intermédio do Rui Santos.
A filha Catarina, foi minha atleta num Jamboree (penso que o 2º de paços de ferreira, corrige-me se estiver enganada Nélson), do qual guardo excelentes recordações.
Trabalhamos juntos no "mini-jamboree" que fizemos na Covilhã e constatei que para além de presente e atento, gostava de aprender! Tudo atributos necessários para o Treinador!
Fico feliz que esteja no bom caminho e espero que seja por muitos e longos anos.
PS: não me esqueci do jogo entre as nossas equipas :)
Beijinhos para a Família Moreira!
Parabéns! Mereces a homenagem que hoje o Planeta Basket de presta! Beijinhos e FORÇA!
RS