Assim como os treinadores devem elogiar os seus jogadores pelo seu empenho e quando estes fazem alguma coisa bem, nunca me hei de cansar de referir as boas práticas,
que acontecem no nosso basquetebol.
São exemplos que nos devem fazer reflectir para percebermos porque é que dentro do mesmo panorama de dificuldades, há quem consiga realizar bons trabalhos e há quem se desculpa nos problemas e dificuldades existentes. Não devemos ignorar os problemas, mas reconhecer as boas práticas, mais do que centrarmo-nos no que está mal, é sempre um estímulo para quem realiza bons trabalhos e aponta caminhos que podem ser percorridos por outros.
A título de exemplo, não acredito que no distrito de Leiria haja menos problemas que noutras regiões do país, contudo o minibásquete revela naquela Associação uma dinâmica digna de realce. Porque será? Saber esperar e saber relacionar as melhorias que certamente irão surgir daqui uns anos se os clubes desta Associação souberem persistir neste caminho é compreender a importância do trabalho realizado no minibásquete.
No entanto, não é de Leiria, que hoje quero falar. O que me levou a escrever este artigo foi a notícia no Planeta Basket do “Beira-Mar Sub-14 apurados” para a fase final e relacioná-la com o trabalho iniciado há quatro anos na época de 2008/09 no seio deste clube.
Como já mencionei em diversas vezes, atrás de equipas com resultados positivos nos escalões de Sub-14 ou Sub-16 está sempre um bom trabalho realizado no minibásquete. Inúmeros são os exemplos que poderei mencionar, desde o princípio dos anos 70 até à actualidade. Para mim um dos mais paradigmáticos continua a ser o trabalho realizado, a partir de 2000 pela Sofia Coelho, em Celorico de Basto, terra onde a modalidade era totalmente desconhecida e do qual resultaram com dois títulos inéditos de campeão distrital de Braga nas épocas de 2003/04 e 2005/06 de Sub-14 e Sub-16.
Uma vez mais o bom trabalho no minibásquete resulta noutra situação inédita. Segundo a notícia mencionada: “Trata-se de um feito histórico para o clube, que marca pela primeira vez presença numa grande decisão nacional nos escalões de formação de basquetebol.”
Porque percorro todo o país reparei, já lá vão umas épocas, que o Beira-Mar tinha uma dinâmica muito envolvente dos pais na participação das actividades do minibásquete, pelo que para evocar boas práticas o Planeta Basket organizou, em Fevereiro de 2011, a partir do exemplo do Beira-Mar uma iniciativa a que chamou a “Semana de Homenagem aos Pais”. Foi uma iniciativa que apontou uma série de caminhos de organização do minibásquete e, mesmo nos comentários a esses artigos, surgiram excelentes sugestões. Num dos artigos dessa iniciativa intitulado ”Definir o espaço de acção” escreveu o companheiro e amigo destas lides Rui Pedro Nazário o seguinte:
“A ideia de criar uma Comissão de Pais surgiu no final da época 2008/2009 como consequência lógica de uma participação alargada de um conjunto de Pais nas actividades do Minibasquete na época anterior. A participação dos pais naquele 1º ano do nosso projecto era quase espontânea, enérgica e com grande dedicação, mas com planeamento “à vista”. A envolvência dos pais no Minibasquete era muito importante para nós e por isso tínhamos necessidade de organizar e planear a sua intervenção e definir o seu espaço de acção.”
Duas ideias fortes estão nas esclarecidas palavras do Rui Pedro: necessidade de planear “e não navegar à vista” e definir a intervenção e o espaço de acção de cada um dos participantes. Os resultados, independentemente da classificação da fase final onde farei os possíveis por estar presente tem, quatro anos depois, visibilidade.