A Direcção da ANJB tem acompanhado com preocupação as questões relacionadas com a nova época desportiva e, mais particularmente, aquelas que diretamente se relacionam com os juízes.

Sendo certo que a todos importa ter presente uma eficiente gestão dos escassos recursos disponíveis, com especial destaque para os financeiros, não podemos deixar de lembrar que os Juízes, ou seja a Arbitragem, tem sido o parceiro mais penalizado e, infelizmente, sempre o primeiro visado com os alegados custos elevados, parecendo ser o causador dos problemas financeiros dos Clubes e das Competições.

A este propósito basta referir que desde que foi extinta a LCB, (há 6 anos) os Árbitros foram penalizados nos prémios de jogo para a competição de topo nacional com uma redução de cerca de 45%.

Acresce que os valores de despesas de deslocação, apesar dos constantes e substanciais aumentos de gasolina e portagens, incluindo as SCUT’s, não são alterados há 5 anos, e há 2 anos que sofreram uma redução de 10% e 15% quando a deslocação é em equipa de 2 ou 3 elementos.

Finalmente, a tributação a que os Juízes estão sujeitos por parte do Fisco, veio agravar todos os valores que os Juízes recebem de prémio de jogos, seja de que escalão for, em cerca de 25%.

Estes são aspetos que importa lembrar, para que se saiba que a arbitragem tem contribuído, e muito, para o desonerarem das competições, pelo que é justo que tal seja reconhecido por todos os agentes e responsáveis da modalidade.

Finalmente, e não menos importante, é o repetido e considerável atraso nos pagamentos devidos aos Juízes (média de 4 meses), mesmo a nível regional, depois de os Juízes terem desembolsado as verbas para as suas deslocações para os mais variados campos, o que se tem traduzido em alguns casos dramáticos de ginástica financeira familiar.

Por isso quando se fala em diminuição de custos de arbitragem temos que ser mais rigorosos e valorizar tudo o que tem sido feito por parte dos juízes.

Por outro lado, temos que questionar como é possível reduzir o custo da arbitragem para os clubes se por ex. a junção de 2 competições origina um aumento significativo do número de jogos na época.

Não é possível fazer mais jogos e investir menos em custos de organização, onde se inclui a arbitragem.

A Arbitragem tem sido o elemento mais “atacado” ao longo dos tempos, o que não podemos deixar de considerar uma injustiça.

A Arbitragem trabalha diariamente e por sua conta e risco.

A Arbitragem portuguesa tem atingido patamares de extrema relevância além-fronteiras, fruto da sua competência, profissionalismo, dedicação e empenho.

Os Juízes entendem as dificuldades que o País atravessa e têm permanecido compreensivos em todas as situações, mas é preciso dizer basta.

Todos temos que reconhecer o enorme esforço desenvolvido pelos juízes, desde o árbitro de topo nacional até oficial de mesa estagiário, e perceber que este estado de coisas também em muito contribui para a carência de juízes e a grande dificuldade em reter os poucos que ainda se habilitam nesta atividade.

Há juízes que passam uma manhã ou uma tarde num pavilhão para receber dos clubes 10€ ou 15€, incluindo deslocação, e deles nunca se fala.

Por isso, podem os juízes ficar cientes que o seu bom nome, imagem e interesses são defendidos pela ANJB sempre que tal seja posto em causa, daqui lançando um repto a todos os responsáveis pela modalidade para com serenidade e bom senso e em espírito de permanente diálogo encararem os problemas da arbitragem em todas as suas vertentes, reconhecendo o grande esforço que por todos é feito para o desenvolvimento da modalidade.

Esperamos sinceramente que se arrepie caminho, manifestando a ANJB, como sempre, a sua disponibilidade para, com sentido de rigor e na defesa intransigente dos interesses da modalidade e dos juízes, trabalhar para o bem do Basquetebol.

A Direção da ANJB.