Jogo para esquecer
 
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Jogo para esquecer

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Eugénio RodriguesCom o 4º lugar já garantido qualquer que fosse o resultado do último jogo contra a Grã Bretanha (penúltimo classificado), com apenas uma vitória frente à Roménia,

exigia-se a Portugal uma atitude completamente diferente na primeira metade da partida. Quando se acordou, após o intervalo (35-13 favorável às britânicas), já não foi possível a reviravolta, porque o adversário uniu esforços e conseguiu segurar o triunfo na ponta final (65-61).

A famigerada falta de eficácia (53%-11%) no quarto inicial (19-5) foi o prenúncio de uma tarde aziaga para a selecção portuguesa, que tardou a acertar o passo. Os primeiros 15 lançamentos de campo foram falhados e só no minuto 10 Jéssica Almeida e Jéssica Costa quebraram o feitiço e fizeram 19-3 e 19-5, depois de termos estado a perder 19-1 no minuto 9. A ausência de jogo colectivo (5-0 assistências) era também um factor negativo e que explicava o desacerto luso.

No 2º período (16-8) Portugal continuou a sentir imensas dificuldades para acertar com o cesto, tendo estado mais de 4 minutos em branco, o que obrigou o treinador luso a pedir o 2º desconto de tempo (o 1º tinha sido no quarto inicial aos 9-0), à entrada do minuto 15 (23-5). Logo a seguir a inconformada Jéssica Almeida marcava o seu 2º cesto (23-7), mas depois consentimos um parcial de 10-0 (com 2 triplos pelo meio, de Florence Ward e Shequila Joseph). De lance livre reduzimos para 33-11 mas no minuto 19 Joana Jesus fixava o resultado ao intervalo (35-13). Portugal continuava com fraca eficácia (46%-12%) e mantinha-se sem qualquer assistência, contra 8 do adversário, que era melhor praticamente em todos os capítulos.

Não sabemos o que sucedeu durante o descanso de 15 minutos, mas certamente que Eugénio Rodrigues deve ter puxado as orelhas às suas jogadoras. O certo é que as coisas mudaram como da noite para o dia. As nossas representantes mostraram outra atitude, acordaram da letargia em que tinham estado nos vinte minutos iniciais e recuperaram no 3º quarto (8-25) o prejuízo de 22 pontos (ao intervalo) para apenas 5 (43-38) ao cabo de 30 minutos de jogo. A eficácia nos lançamentos de campo neste 3º parcial subiu para 53%, o colectivismo surgiu (5 assistências) e provocámos mais faltas. Jéssica Almeida (11 pontos neste período) carregava com a equipa, mostrando o seu inconformismo.

No último período (22-23) a reacção lusa prosseguiu até aos 50-51 (minuto 35), a única vez que Portugal esteve na frente, com o protagonismo por parte das lusas a ser repartido por Jéssica Almeida (7 pontos) e Inês Viana (6 pontos) no parcial de 7-13 imposto pela nossa equipa. Mas Rosie Hynes e Shequila Joseph não estiveram pelos ajustes e lideraram a derradeira arrancada das britânicas, até aos 63-56 já no minuto 40. Jéssica Almeida ainda acertou o seu 3º triplo (63-59) a 17 segundos da buzina, mas depois do último desconto de tempo pedido pelo seleccionador da Grã Bretanha, foi da linha de lance livre que as vencedoras não deixaram escapar a vitória que lhes assenta com inteira justiça.

Resultado final: Grã Bretanha 65-61 Portugal

Nas vencedoras grande destaque para a dupla formada pela poste (1,92m) Harriet Ottewill-Soulsby (24,0 de valorização) que conseguiu um duplo-duplo (16 pontos, 8/12 nos duplos, 10 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas) e pela extremo-poste  Shequila Joseph (23,0 de valorização) que também fez um duplo-duplo (16 pontos, 5/7 nos duplos, 1/1 nos triplos, 10 ressaltos sendo metade ofensivos, duas assistências e 3 faltas provocadas com 3/6 nos lances livres). Foram bem acompanhadas por Florence Ward (10 pontos, 2 ressaltos defensivos, 5 assistências, 1 roubo e 3 faltas provocadas), Claire Paxton (8 pontos, 4 ressaltos defensivos e 1 desarme de lançamento) e Rosie Hynes (10 pontos, 4 ressaltos defensivos, 4 assistências, 1 roubo e 4 faltas provocadas com 4/6 nos lances livres).

Na selecção portuguesa excelente prestação da base Jéssica Almeida, MVP (26,0 de valorização) e melhor marcadora do encontro (27 pontos, 8/16 nos duplos, 3/6 nos triplos, 3 ressaltos sendo 1 ofensivo, 3 assistências, 3 roubos e 3 faltas provocadas com 2/2 nos lances livres). Não merecia perder o jogo pelo inconformismo demonstrado. Referência também, embora sem o brilho de Jéssica, para os contributos de Laura Ferreira (9 pontos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, duas assistências, 3 roubos e 4 faltas provocadas com 3/5 nos lances livres), Inês Viana (9 pontos, 3 ressaltos defensivos, 4 assistências, 1 roubo e duas faltas provocadas com 1/2 nos lances livres) e Joana Jesus (10 pontos, 2/6 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, 1 roubo e duas faltas provocadas com 2/2 nos lances livres).

A vitória da Grã Bretanha foi inteiramente merecida. Foi mais eficaz nos lançamentos de campo (46%-33%), tanto nos duplos (48%-37%) como nos triplos (29%-25%), ganhou a luta das tabelas (46-36 ressaltos), designadamente na tabela defensiva (35-23), foi mais colectiva (10-8 assistências) e conseguiu mais desarmes de lançamento (4-0).

Por seu turno Portugal ganhou a tabela ofensiva (11-13 ressaltos), cometeu menos erros (18-8 turnovers), roubou mais bolas (5-9) e foi mais eficaz da linha de lance livre (55%-59%). Nas faltas provocadas registou-se um empate (18-18).

Ficha de jogo
Sport Hall em Albena

Grã Bretanha (65) – Rosie Hynes (10), Florence Ward (10), Billie Lucas (4), Shequila Joseph (16) e Harriet Otewill-Soulsby (16); Hillary Wood, Claire Paxton (8), Melita Emanuel (), Kaitlyn Lewis (1) e Whitney Allen

Portugal (61) – Jéssica Almeida (27), Joana Jesus (10), Laura Ferreira (9), Inês Pinto (2) e Nádia Fernandes; Inês Viana (9), Joana Canastra, Mafalda Guerreiro e Jéssica Costa (4)

Por períodos: 19-5, 16-8, 8-25-, 22-23
Árbitros:  Arnis Ozols (LAT), Vaclav Lukes (CZE) e Iskren Manolov (BUL)

Outros resultados da 9ª jornada

  • Israel 67-59 Roménia
  • Bélgica 79-52 Macedónia
  • Letónia 71-74 Bulgária

Classificação final

  1. Bélgica 8V-0D-16 pts
  2. República Checa 7V-1D-15 pts
  3. Letónia 6V-2D-14 pts
  4. Portugal 4V-4D-12 pts
  5. Bulgária 4V-4D-12 pts
  6. Israel 3V-5D-11 pts
  7. Macedónia 3V-5D-11 pts
  8. Grã Bretanha 2V-6D-10 pts
  9. Roménia 0V-8D-8 pts

 

 


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