Não se pode dizer que fomos surpreendidos. O valor do adversário de hoje e nomeadamente os seus pontos fortes já eram sobejamente conhecidos.
A derrota com a Grã -Bretanha pode ter comprometido os objectivos da selecção lusa, embora matematicamente ainda continuemos a depender apenas de nós próprios. A pressão está pois do nosso lado e cada jogo que falta é uma final.
Não entrámos bem no jogo (4-0 para a Grã-Bretanha) mas a pouco e pouco fomos assentando jogo para terminar o 1º quarto (8-15) na frente. No 2º período (16-13) a eficácia de lançamento das nossas representantes continuava a ser a principal pecha, com as adversárias a reduzirem o prejuízo para 4 pontos (24-28) quando se atingiu o intervalo.
No 3º quarto (17-12), as britânicas ganhando a luta de ressaltos (39-28), à medida que os minutos se escoavam mostravam-se mais confiantes e conseguiram a reviravolta (41-40) graças a 2 lances livres de Hannah Peacock , já no minuto 30. A ineficácia lusa nos tiros do perímetro (0/9) era desesperante, pese embora os poucos erros cometidos (19-6 turnovers).
No último período (17-17) Portugal voltou a reentrar mal na partida, tendo consentido um parcial de 7-0, com Monakana e Green a facturarem (48-40 no minuto 34). O desconto de tempo pedido por Eugénio Rodrigues aos 46-40 (minuto 32) acabou por surtir efeito quase a expirar o minuto 34, quando Laura Ferreira, da linha de lance livre deu o mote para um parcial de 4-15 que permitiu primeiro o empate (50-50), com Inês Viana a concluir um lance de contra-ataque no minuto 37, que motivou a paragem do cronómetro por parte do treinador inglês. Foi ainda no mesmo minuto 37 que caiu o único triplo das portuguesas, por intermédio de Joana Soeiro, a recolocar Portugal na liderança (52-53), após assistência de Inês Viana, que logo de seguida ampliou para 52-55. Foi altura de a Grã-Bretanha pedir mais um desconto de tempo, com 2 minutos e meio para jogar, com resultados práticos, pois no primeiro ataque a possante Green igualou (55-55) numa jogada de 2+1. Foram da autoria de Whitney Allen os pontos (um lance livre e um duplo), este a 3 segundos do termo, que deram a vitória (58-57) à Grã-Bretanha, depois de Laura Ferreira ter feito 56-57 no minuto 39. A última chance para as nossas cores ainda foi objecto de jogada estudada no derradeiro desconto de tempo, pedido pelo treinador luso, mas nada resultou. O jogo caíra para as britânicas, pela diferença mínima.
Resultado: Grã-Bretanha 58-57 Portugal
Destaque nas vencedoras para a dupla interior formada por Cheridene Green, MVP da partida (19,0 de valorização) ex-aequo com Chelsea Guimarães, ao conseguir um duplo-duplo (10 pontos, 10 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência e 4 faltas provocadas com 2/3 nos lances livres) e Janice Monakana (14 pontos, 7 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 4 faltas provocadas com 4/5 nos lances livres). Foram bem acompanhadas por Hannah Peacock (8 pontos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência, 1 desarme de lançamento e uma falta provocada com 2/2 nos lances livres) e Whitney Allen (5 pontos, 2/2 nos duplos, 4 ressaltos ofensivos, 4 assistências, 1 roubo e uma falta provocada com 1/2 nos lances livres).
Na selecção portuguesa a mais valiosa foi a poste Chelsea Guimarães (também 19,0 de valorização) ao somar 6 pontos, 13 ressaltos sendo 5 ofensivos, duas assistências, 1 roubo e 1 desarme de lançamento, logo seguida da base Inês Viana (12 pontos, 6/12 nos duplos, 2 ressaltos ofensivos, 4 assistências, 3 roubos e duas faltas provocadas).
Em termos globais o triunfo britânico deveu-se basicamente à sua maior eficácia nos lançamentos de campo (41%-30%), com realce para os duplos (47%-36%), aliado à superioridade nas tabelas (50-35 ressaltos), nomeadamente na tabela defensiva (38-18). Além disso as britânicas também foram mais colectivas (16-19 assistências) e foram mais vezes à linha de lance livre (16/20) contra 10/12, fruto do maior número de faltas provocadas (17-16).
Por seu turno Portugal ganhou a tabela ofensiva (12-17 ressaltos), cometeu menos erros (28-9 turnovers) e roubou mais bolas (2-10). A grande pecha foi na realidade a falta de eficácia nos lançamentos, pois teve mais 27 posses de bola que o adversário (49-76 em lançamentos de campo).
Ficha de jogo
Universiada Hall, em Sófia (Bulgária)
Grã-Bretanha (58) – Whitney Allen (5), Megan Lewis (3), Shequila Joseph (6), Janice Monakana (14) e Cheridene Green (10); Harriet Ottewill-Soulsby (3), Claire Paxton, Jay-Ann Bravo-Harriott (2), Hannah Peacock (8), Sarah Thomson (1) e Melita Emanuel -Carr (6)
Portugal (57) – Inês Viana (12), Joana Cortinhas (4), Laura Ferreira (11), Nádia Fernandes e Maria Kostourkova; Chelsea Guimarães (6), Joana Soeiro (10), Joana Canastra (4), Josephine Filipe (6), Cesária Ucalam e Mafalda Guerreiro (4)
Por períodos: 8-15, 16-13, 17-12, 17-17
Árbitros: Sinisa Herceg (CRO), Nebojsa Kovacevic (GER) e Milen Tsvetkov (BUL)
Outros resultados da 5ª jornada:
Israel 89-57 Roménia; Hungria 68-44 Lituânia
Amanhã Portugal defronta a Bulgária (16H15 portuguesas) numa partida muito importante para as aspirações lusas, pois trata-se de um adversário directo que tem pretensões à subida. Quem perder fica sem hipóteses de continuar a sonhar.