O ano passado o Planeta Basket, numa curiosa iniciativa que nos obrigou a pensar, perguntou aos agentes da modalidade o que significava o 9º lugar
num campeonato europeu?
Este ano a selecção de Sub-18 feminina, revelando alguma consistência exibicional repetiu a proeza e alcançou de novo o 9º lugar, o que me leva a perguntar, não o que significa o 9º lugar, mas o que significa a consistência de um 9º lugar?
Quando opinamos é bom conhecer e saber olhar para a floresta e não apenas para a árvore.
Avaliar o valor dos resultados das nossas selecções, sem ter uma perspectiva global e histórica das suas prestações leva-nos a ouvir e ler opiniões, muito baseadas em emoções e julgamentos e críticas parciais e casuísticos.
Avaliar, comparativamente com as outras modalidades, o valor dos resultados das nossas selecções, sem levar em consideração o grau de exigência e dificuldade que é chegar, não esporadicamente, mas com consistência aos 10 primeiros lugares é compararmos o que não é comparável.
Avaliar as possibilidades das selecções portuguesas nas diversas modalidades, sem compreender a sua inserção social é descontextualizar as comparações, com os riscos de avaliação que daí advém.
Talvez as gerações mais novas não saibam, que em termos de modalidades colectivas até 1974, tirando a excelente, mas ocasional, prestação da selecção de futebol de 1966 e os resultados do hóquei em patins, raramente Portugal disputou fases finais de europeus ou mundiais nas modalidades colectivas e quando o fez, ou foi por convite, ou teve prestações que se limitaram a marcar presença.
Um claro sinal desta falta de expressão das modalidades colectivas em Portugal reside na ausência total de equipas portuguesas nos Jogos Olímpicos da era moderna, ou seja desde 1896. Uma vez mais a excepção a esta afirmação são as esporádicas participações do futebol e do hóquei em patins, como modalidade não olímpica, convidada para Barcelona em 1992.
Vou continuar a abordar este tema nos próximos artigos, por hoje fico-me por esta constatação: o melhor que o basquetebol nacional tem historicamente alcançado em termos de selecções é estar dentro do 10 primeiros e em nono lugar.
Eis as nossas melhores classificações em Campeonatos da Europa
- 1995 – Cadetes Masculinos 9º lugar
- 2007 – Seniores Masculinos 9º lugar
- 2013 – Juniores Femininos 9º lugar
- 2014 – Juniores Femininos 9º lugar
Só por mera curiosidade, João Santos, esteve presente nos dois nonos lugares alcançados nos masculinos, e uma vez mais surge o número 9 no palmarés das nossas selecções, pois como já referenciado no artigo “Resultados Europeus” somos um dos nove países, que tem todas as selecções femininas na divisão A. Um feito alcançado pela primeira vez este ano.