Como fazer omeletas com poucos ovos? O melhor mesmo é perguntar a Jeff Hornacek, o treinador dos Suns que conseguiu vencer 48 jogos no ano passado.
A temporada passada foi absolutamente incrível para os Phoenix Suns. Eles que eram à partida apontados aos últimos lugares da conferência Oeste mantiveram-se na luta pelos playoffs até bem perto do final da fase regular e só não os atingiram devido ao elevado nível competitivo do Oeste. De facto, as 48 vitórias obtidas pelos Suns foram tantas quantas as conquistadas pelos Toronto Raptors e Chicago Bulls, respectivamente 3º e 4º classificados da conferência oposta, o que significa que a competir no Este, os Suns até teriam a vantagem do factor casa na primeira ronda. Ao exceder as expectativas por larga margem na temporada passada, os Suns partem para este ano com responsabilidades acrescidas, mas dificilmente conseguirão repetir a proeza. Dos elementos preponderantes para a manobra do conjunto, apenas saiu o extremo-poste Channing Frye (Orlando Magic). Para o seu lugar no cinco inicial deverá entrar Markieff Morris, um dos três atletas dos Suns que terminou no top 10 da votação para jogador que mais evoluiu na época passada. Os outros dois foram Gerald Green (4º lugar) e Goran Dragic, que venceu este prémio. Tal votação foi bem elucidativa da melhoria individual de vários dos membros desta equipa durante a época passada e que teve naturalmente reflexos bem positivos a nível colectivo. Outros dos que surpreenderam e que jogaram a um nível bastante superior ao esperado foram Miles Plumlee, Marcus Morris, P.J. Tucker e o explosivo base Eric Bledsoe que apenas alinhou em 43 desafios devido a lesão. O grande reforço do plantel para este ano é o também base Isiah Thomas, um jogador que deverá encaixar que nem uma luva no estilo de jogo descomplexado e ofensivo idealizado por Jeff Hornacek e que torna estes Suns numa das mais espectaculares equipas da competição.
A figura: Goran Dragic
O jogador que mais evoluiu na temporada passada superou de forma clara as expectativas mas terá este ano uma difícil missão pela frente. Os números (20.3 PPJ, 5.9 APJ, LC: 50.5% e L3: 40.8) falam por si e são bem elucidativos do nível que o base esloveno atingiu. A dúvida que se coloca neste momento é se será capaz de manter esse mesmo nível e de conduzir a sua equipa a tantas vitórias quantas as alcançadas no ano passado. O regresso de Bledsoe após lesão e o ingresso de Isiah Thomas, que poderão assumir maiores responsabilidades na produção ofensiva dos Suns, podem levar a uma diminuição dos números estatísticos de Dragic, no entanto a sua influência e liderança dentro da equipa não será posta em causa.
O treinador: Jeff Hornacek
Hornacek é outro treinador da nova geração que está a despontar na NBA, depois de uma bem sucedida carreira de jogador. Apesar de nunca ter conquistado qualquer título, Hornacek foi um dos melhores lançadores da NBA nas décadas de 1980 e 1990, tendo vencido duas edições do concurso de 3 pontos e chegado a All-Star. Com passagens pelos Phoenix Suns, Philadelphia 76ers e Utah Jazz, Hornacek teve como referências no banco treinadores como Cotton Fitzsimmons e Jerry Sloan, com quem muito aprendeu e que o ajudaram a moldar o seu próprio estilo. Na sua época de rookie enquanto treinador, foi a grande revelação ao terminar no segundo lugar na votação de treinador do ano, logo atrás do conceituado Gregg Popovich, que viria a sagrar-se campeão pelos Spurs. Esta excelente campanha elevou em muito a fasquia para um treinador ainda pouco experiente mas que na sua primeira época, soube espremer dos seus atletas praticamente todo o sumo que estes tinham para dar.
Cinco inicial
Goran Dragic
Eric Bledsoe
P.J. Tucker
Markieff Morris
Miles Plumlee
O joker: Eric Bledsoe
Depois da novela que atormentou as hostes em Phoenix durante grande parte do verão, Bledsoe e os Suns lá chegaram a acordo para prolongar a sua ligação. O novo contrato no valor de 70 milhões de dólares para as próximas 5 temporadas dá ao promissor base a estabilidade profissional que este tanto desejava e “garante” a sua continuidade na equipa nos próximos tempos. Depois de ter passado três temporadas na sombra de Chris Paul nos L.A. Clippers, Bledsoe deu um enorme salto qualitativo na sua primeira época em Phoenix. Ainda assim e apesar da extraordinária evolução dos seus números, subsistem algumas dúvidas quanto à sua condição física e à capacidade de manter o nível evidenciado nos escassos 43 jogos disputados com a camisola dos Suns.