A equipa a quem pior correu o verão terá muito trabalho pela frente para corrigir os erros cometidos e para se manter na luta por algo mais do que a presença no playoff.

O general manager Daryl Morey correu o risco de prescindir de alguns elementos importantes do seu conjunto para aliciar os agentes livres mais valiosos no mercado e em particular Chris Bosh a juntar-se a Dwight Howard e a James Harden em Houston. No entanto, a manobra deu para o torto quando Bosh optou pela permanência em Miami, deixando os Rockets sem Asik (Pelicans), Lin (Lakers), Casspi (Kings) e pouco depois Chandler Parsons, a quem os Mavericks ofereceram um contrato considerado demasiado valioso pelos Rockets, que perante este novo cenário optaram por não igualar a oferta dos seus rivais. Claro que Dwight Howard e James Harden se mantêm com a camisola dos Rockets, o que por si só é um garante de um elevado nível competitivo. No entanto, os responsáveis dos Rockets sabem que apenas juntando outras peças valiosas à sua volta poderão discutir de igual para igual os encontros diante das equipas mais fortes da liga. E para já, o plantel dos Rockets apresenta algumas lacunas. Lacunas essas que poderão ser diminuídas através da evolução dos mais novos como Terrence Jones, Troy Daniels, Isiah Canaan e Nik Johnson ou pela mais rápida adaptação dos europeus Donatas Montejunas e Kostas Papanikolau. Há ainda que contar com a energia inesgotável de Patrick Beverley, um dos melhores defensores da posição de base e com os contributos dos veteranos Trevor Ariza e Jason Terry, que em contextos diferentes poderão assumir papéis decisivos enquanto beneficiários dos espaços criados por Harden e Howard. À partida para esta temporada, estes Rockets tem mais “ses” do que certezas e só com uma evolução significativa do seu colectivo, se poderão manter ao nível das equipas do topo da ultracompetitiva conferência Oeste.

A figura: James Harden

O homem da barba é aos 25 anos, uma das grandes figuras da competição e o líder dos Rockets. Marcador de pontos por excelência, Harden terminou no 5º lugar na lista dos melhores marcadores da competição desde que chegou a Houston e este ano afigura-se como um dos candidatos a vencer essa categoria. A partida de Parsons, Lin e Asik obriga-o a assumir ainda mais as responsabilidades ofensivas do conjunto, o mesmo será dizer que Harden terá (ainda mais) carta-branca para atacar o cesto. Campeão olímpico em 2012 e capitão da seleção norte-americana que venceu o campeonato do mundo este verão, Harden será seguramente um dos grandes destaques da competição.

O treinador: Kevin McHale

Um histórico da NBA com três títulos conquistados enquanto atleta dos Boston Celtics, Kevin McHale é considerado por muitos como um dos melhores power forwards de sempre da competição. A sua carreira como treinador está ainda longe do nível que atingiu dentro das quatro linhas, e apesar de muitos dos seus atletas terem vindo a público elogiar o seu trabalho, os resultados acabarão por ditar as suas leis. McHale está no quarto e último ano do seu contrato com os Rockets, pelo que terá de mostrar serviço caso se deseje manter em funções em Houston.

Cinco inicial:

• Patrick Beverley
• James Harden
• Trevor Ariza
• Terrence Jones
• Dwight Howard

O joker: Dwight Howard

Depois do brilhantismo que atingiu em Orlando e da travessia do deserto que culminou na passagem por Los Angeles, o superman ganhou uma nova vida em Houston. Mas apesar das variadas distinções individuais que já obteve e de continuar a somar números impressionantes, Howard está ainda algo distante do objectivo que mais ambiciona, um anel de campeão. Na sua primeira época em Houston, foi uma peça fundamental no xadrez de Kevin McHale e este ano deverá aumentar ainda mais a sua influência. Mas mais do que pontos, ressaltos e presença defensiva, Howard terá de assumir uma postura mais dominadora e uma atitude mais agressiva. Aos 28 anos e com 10 temporadas na liga, é tempo de Howard perceber que a sua natural descontração e simpatia não ganham títulos e que algo terá de mudar no seu comportamento.