O que leva uma criança a querer experimentar uma modalidade passa, como já escrevi em tempos, entre outros factores, pela visibilidade da modalidade e as diversas formas e meios que esta possa ter e assumir,
pelo ambiente escolar caso a modalidade seja aí praticada, pela influencia de amizades e por razões familiares. No meu caso foram claramente razões familiares. Para compreendermos melhor o peso deste último factor, seria interessante perguntar às crianças, quando estas começam a prática, se alguém da família jogou basquete. É evidente que o peso desta resposta não pode ser idêntico, por exemplo em Algés no concelho de Oeiras, ou em Ancêde no concelho de Baião, onde em tempos houve uma equipa de minibásquete.
O número de praticantes, que já treinei ou ensinei em jamborees, já me possibilitou dizer a diversas crianças, para seu grande espanto: eu já treinei o teu pai. Meio a brincar, meio a sério, até porque tal já é cronologicamente possível, às vezes digo, já só me falta dizer, eu já treinei o teu avô.
Vem estas reflexões em torno da importância da família na atração à prática de uma modalidade, a propósito da triste notícia do falecimento da minha tia Lidia San Payo de Lemos, esposa do Prof. Mário Lemos, que como é público, foi quem me levou a dedicar-me ao basquetebol.
Embora fosse professora de educação física, nunca esteve directamente ligada ao basquetebol, no entanto tinha neste, pelo que me fui apercebendo, ou por terem sido seus colegas ou seus alunos, muitos amigos e admiradores. Muita gente do basquetebol, e com grande respeito e consideração perguntavam-me pela minha tia, desde o Prof. Carlos Gonçalves, passando na Federação pelo Pessoa Duarte, até ao atual Director Tecnico Nacional Mário Gomes e à Teresa Barata, muitas eram as pessoas que gostavam de saber como estava a minha tia.
Ainda não ensinei basquete a nenhuma criança de quem já tivesse treinado o avô, mas era com orgulho que a minha tia Lídia transmitia a dois dos seus netos, que comigo jogaram mini, que tinha sido com o seu avô, que eu tinha aprendido a ensinar minibásquete.
Comentários
Pessoalmente, tive o privilégio de trabalhar com a Lídia (como fazia questão de ser tratada pelos colegas) na Escola Paula Vicente e dela guardarei sempre a memória da Pessoa e Pedagoga, assim mesmo com "P", que tanto me ajudou naquela fase da minha vida.
Ao "Tomané" e a toda a família envio os meus sentidos pêsames e um abraço fraterno.
À Lídia, a minha modesta homenagem!