Esta semana o tema não poderá deixar de ser a Festa do Basquetebol Juvenil 2015. Ainda a fervilhar estão as emoções decorrentes ter tido o privilégio de poder estar nesta evento pela 9ª vez.
As ditas emoções refletem o que se sente na Festa, não descurando o seu reflexo no futuro do Desporto Nacional e da nossa modalidade.
Emocionar-me com a Festa começa por congratular quem pela segunda vez conseguiu recuperar o comboio da festa. Voltarmos a poder embarcar numa viagem de confraternização, em comitiva e com as restantes comitivas é algo que merece ser reconhecido e dado o mérito a quem trabalhou para que tal fosse possível.
Albufeira aprendeu a acolher a Festa dando as suas gentes o seu melhor para que a mesma continuasse a ser um evento de excelência. Não podemos nem deveremos esquecer Portimão, quer porque foi nesta cidade que tudo começou, quer pela forma como foi possível sincronizar infraestruturas, facilidade de deslocação, clima, envolvimento das pessoas. Mas deveremos dizer sempre Obrigado Algarve, Obrigado Albufeira.
Entrando em competição a emoção sentida nos primeiros jogos e nas primeiras conclusões a retirar do jogo praticado, conduz a uma simples reflexão: ainda bem que se obrigou toda a gente a defender individualmente e com ajudas. Desta forma, podemos finalmente perceber que vale a pena ensinar as coisas simples do jogo, que o nosso jogo antes de poder bater-se internacionalmente com os seus adversários tem de criar uma identidade nacional. A defesa individual contribuiu para que os jogos que tive o privilégio de assistir trouxessem outra dinâmica e revelassem o que verdadeiramente não somo ainda capaz de fazer taticamente, que gestos técnicos estão mais pobres ou quem são realmente os jogadores nacionais destas idades que têm potencial para poderem um dia, eventualmente, jogar ao mais alto nível.
Foi possível assistir a jogos intensos e emotivos até ao final, nestes momentos foi igualmente possível constatar que todos os intervenientes se revelam no seu melhor e pior. Para registo, enalteço momentos mais adversos resolvidos com grande serenidade e sabedoria por vários treinadores, contrastando com reações menos esclarecidas e mais agressivas quer do público, quer também de agentes com responsabilidade no evento. Perder um jogo é algo que ninguém gosta, nem quer, mas não deixa de constituir uma oportunidade para crescimento de todos os que se envolveram em tentar ganhar. Daí que, a experiência tem de fomentar o autocontrolo de todos.
No entanto, honra seja feita a uma tendência generalizada para boas práticas da grande maioria dos árbitros, treinadores, jogadores e público. A iniciativa do cartão branco constitui mais um sinal de inovação neste evento. Mesmo que em momentos pontuais se tenha verificado que se forçava a mostragem do cartão da “paz e respeito entre todos”, positivo será elogiar quem entendeu ser importante expressar boas condutas.
Momento alto “perfumou” (cito o Professor Hermínio Barreto) o Clinic de Treinadores. Contudo, talvez o vaporizador (refiro-me ao sistema de som) que possibilitou a propagação das palavras do Prof. Hermínio não tenha estado à altura da dimensão e alcance da sua mensagem. Antecedida de um grande momento de honestidade intelectual, dado pelos selecionadores masculinos José Ricardo e António Paulo Ferreira, partilhando ideias, foi possível ouvir do Mestre Prof Hermínio a simplicidade de ideias que tanto precisamos para tentar sair do esconderijo em que se encontra o Basquetebol. Não é intenção alimentar as críticas ao estado das coisas, pois parece-me que há décadas que nos esquecemos de valorizar os pequenos ganhos e ambicionar conquistar outros, mas o nosso País precisa de ver e estar Festa. Leia-se nas palavras do Prof Hermínio a felicidade de poder assistir a um evento destes e o tremendo desafio que será manter este patamar de qualidade. Quantos decisores políticos não deveriam igualmente de assistir a este evento? Talvez desse modo verificassem que não é preciso gastos excessivos para conseguir valorizar a atividade desportiva como meio educativo.
Voltando às palavras do clinic, assim possam ser partilhadas a todos os quanto têm responsabilidades na formação de jogadores de basquetebol o teor das linhas orientadoras a equipa técnica nacional. Há ideias e há porta aberta para que orientemos o nosso trabalho.
Mas a Festa é também um momento de alegria e comoção. As finais, a vitória a derrota e o último jogo são temas para que as lágrimas possam correr pela face de quem com paixão vive as emoções da Festa.
Da vitória que permite permanecer no grupo 1, à frustração de quem desce, acontece o abraço e o reconhecimento dos que encontraram objetivos intermédios e alcançam progressos ao longo da competição ou relativamente ao ano transato. Estabelecer objetivos para além de se ser campeão valoriza a Festa e quem nela participa, reconhecer o trabalho dos que não vêem mais à Festa é um sinal justiça e cumplicidade no processo que possibilitou a presença.
Desportivamente tivemos duas finais de sub-16 sem história tal o domínio de Lisboa e Porto sobre Setúbal. Nos sub-14 a emoção foi maior tendo Aveiro e Porto alcançado o triunfo feminino e masculino respetivamente. Porém, terminaria enviando particular congratulação ao grande mentor deste site e do Planeta Basket Store, pois na sua função de treinador foi altamente vitorioso na sua postura, sabedoria e condução de jovens.
As emoções da Festa levam-nos a enviar “Aquele Abraço” a todos os quantos contribuíram para que possamos continuar a sonhar na 10ª edição da Festa do Basquetebol Juvenil.
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