Nunca uma seleção nacional tinha alcançado um resultado entre os oito primeiros classificados em campeonatos da europa. A nível de seleções nacionais, o nono lugar foi até ao momento, a melhor classificação alcançada pelas seleções nacionais portuguesas.
O nono lugar, a nossa melhor classificação de sempre, já foi alcançado se a memória não me atraiçoa, por 4 vezes, a primeira vez por uma seleção de cadetes masculinos, treinada pelo Artur Lima em 1995 no Seixal, a segunda pela seleção nacional seniores masculinos, treinada pelo Valentim Melnichiuk, em 2007 em Espanha, e mais recentemente em 2013 e 2014 pela seleção nacional de Sub-18 feminina, treinada pela Maryana Kosturkova.
Está de parabéns a selecção de Sub-20 feminina, treinada pelo Eugénio Rodrigues, que alcançou há poucos dias um brilhante sexto lugar no Campeonato da Europa da divisão A. No final de cada verão, tenho feito sempre uma análise à prestação das nossas selecções nos campeonatos europeus, mas desta vez e pelo ineditismo do resultado fantástico, o melhor de sempre alcançado por uma selecção nacional, não quis deixar de, em cima do acontecimento, prestar a minha homenagem pública ao Eugénio Rodrigues e às suas seleccionadas: Sofia Pinheiro, Joana Cortinhas, Cesária Ucalam, Simone Costa, Inês Ferreira, Laura Ferreira, Mafalda Guerreiro, Joana Soeiro, Maria Kostourkova, Josephine Filipe, Joana Alves, Emília Ferreira.
Nesta hora de elogio gostaria no entanto de deixar aqui duas reflexões. A primeira é verificar que neste resultado há uma química geracional, que se tem vindo a consolidar. Ao contrário dos êxitos dos masculinos, que embora com todo o seu mérito, me parecem pontuais, estes três últimos êxitos do basquetebol nacional, dois nonos e um sexto, assentam em grande parte sobre um conjunto de jogadoras, que tem sabido crescer e revelar grande consistência em momentos decisivos da competição.
Na segunda reflexão gostaria de envolver neste, mais do que merecido elogio, que a meu ver não tem sido muito realçado, não apenas o Eugénio e a sua equipa de trabalho, mas mais gente. Gostaria de envolver quem trabalhou com estas atletas, mas nunca esquecer que, para que esta equipa pudesse brilhar, alguém teve que a montante cativar e motivar estas jovens para a prática do basquetebol, alguém teve que desenvolver e fazer crescer nestas jovens a paixão pela modalidade, alguém teve que lhes ensinar os primeiros passos, alguém teve que as levar aos primeiros jogos.
Não quero nesta hora, de modo algum tirar o mérito antes pelo contrário ao Eugénio Marques e a toda a sua equipa de trabalho, quero é apenas relembrar que atrás desta e de qualquer selecção, há um mundo de treinadores que influenciou estas jovens à prática da modalidade e que merecem o meu reconhecimento.
Tenho consciência que isso faz parte da vida, toda a gente conhece o famoso joalheiro Cartier, que faz obras primas a delapidar os diamantes, mas ninguém conhece os mineiros que andam de baixo da terra a escavá-los. Mas nunca o Cartier poderia delapidar diamantes, se não existissem mineiros. Nesta minha singela homenagem à selecção nacional de Sub-20 feminina, quero estender o meu reconhecimento do êxito, aos treinadores que ajudaram a descobrir esta fantástica geração de jogadoras.
Parabéns a todos, pois este é sem dúvida o melhor resultado de sempre de uma selecção nacional.