Começo o ano a desejar votos de bom ano de 2016 e a contar uma história, relacionada com o tema que tenho vindo a tratar dos resultados desequilibrados, que me marcou.

O João Morgado começou a jogar basquete quando era Sub-13 eu estava a treinar as equipas B, C e D do CA Queluz.

Nessa época as equipas que eu treinava CAQ B,C e D poucos jogos ganharam. Se estivesse preocupado com o meu registo pessoal treinador de vitórias e derrotas, nunca teria aceitado treinar estas equipas. Apesar das muitas derrotas, nunca deixeis de transmitir aos meus jogadores, que este ano seria assim, mas aqueles que treinassem assiduamente e fossem escolhidos para jogar na equipa A dos Sub-14 na época seguinte certamente ganhariam muitos jogos. E assim decorreu a época em que os jogadores conforme a sua assiduidade e outros factores ou iam jogando no Queluz, B, C ou D.

Na época seguinte o João Morgado, que foi ora jogando na equipa B ora jogando na equipa C, ficou entre os 16 escolhidos para a equipa A. No início da época sem termos realizado nenhum jogo, nem oficial nem particular levei em Setembro a equipa a um torneio em Mataró perto de Barcelona, onde para além da equipa da casa jogámos com o Juventude Badalona, com o Virtus Siena de Itália e com uma equipa belga. O resumo da nossa participação saldou-se em 4 jogos e mais quatro derrotas, umas mais claras do que as outras, mas quatro derrotas.

Quando voltámos de Espanha, houve em Queluz os jogos de apresentação das equipas em que todas as equipas do Queluz jogaram com as equipas do Algés. Após o jogo com o Algés em que o Queluz ganhou folgadamente, reparei que o João Morgado estava com um sorriso invulgarmente rasgado estampado na cara. Por curiosidade perguntei-lhe porque é que ele estava com aquele ar tão feliz.

Não tinha consciência de tal facto, mas a resposta veio pronta: - San Payo eu nunca tinha ganho um jogo do basquetebol na minha vida.

O João Morgado, actualmente com 34 anos, tanto quanto sei ainda joga ou jogava basquetebol no INATEL pelo Banco de Portugal e não foi o facto não ter ganho jogos e de ter levado grandes “cabazadas” na sua primeira época como praticante e no princípio da época seguinte, que o levou a desistir de jogar basquetebol.

A minha promessa veio a verificar-se, a partir daí, esta equipa ganhou mesmo muitos jogos, pois foi nessa época campeã distrital de Lisboa em Sub-14 e duas épocas depois campeã distrital de Lisboa e vice-campeã nacional em Sub-16. Este é o sal da minha vida como treinador, são pequenas histórias de sorrisos grandes e nos caminhos da memória são estas marcam o meu prazer de ensinar.