Os excelentes artigos de Carlos Neto, um dos melhores professores que eu tive na minha passagem pelo ISEF,
tem felizmente tido algum impacto nas redes sociais nomeadamente os artigos “Estamos a criar crianças totós” e mais recentemente “Existem pais hooligans”.
Foi o companheiro Bruno Santos director técnico da AB Coimbra, que recentemente me enviou o artigo sobre os pais hooligans, com o desafio de eu também escrever sobre este tema. Como referi no meu último artigo, nunca gostei das generalizações e não é por haver alguns comportamentos deploráveis que vou criticar todos os pais, mas que há situações inimagináveis e deprimentes não tenho dúvidas. Contudo há, nestas ocasiões, uma pergunta que baila na minha cabeça: Será que a responsabilidade desses comportamentos é exclusivamente desses pais hooligans? Será que há factores que potenciam esses comportamentos e atitudes? Que fique claro não quero branquear comportamentos de pais que dizem, querer educar os seus filhos, mas que demonstram ser de uma má educação inconcebível.
Quando quero por em causa comportamentos desses adultos, na esperança que eles compreendam a mensagem que quero passar, costumo dizer com muita calma algo que muitas vezes os desconcerta e que normalmente lhes deixa algum desconforto. Não tenho por hábito meter-me nas conversas de ninguém, mas se me vem pedir a minha opinião digo abertamente a esses pais: “A culpa dos vossos comportamentos não é vossa, nem dos árbitros, é dos vossos pais que não vos souberam educar.”
Na vida e principalmente como pais, aquilo que fazemos deve falar muito mais alto do que aquilo que dizemos. Acredito sinceramente na educação através do exemplo, como tal penso que os exemplos que damos aos nossos filhos falam sempre mais alto do que aquilo que lhes transmitimos verbalmente. Não devo dizer aos meus filhos que não se dizem asneiras e logo a seguir desatar aos insultos e palavrões, só porque estou em desacordo, seja com as decisões do treinador ou com erros da arbitragem.
Não acredito que com maus exemplos se eduquem filhos, pelo que quando estes se tornam adultos e são mal-educados, a culpa também passa, com elevada probabilidade, pelos pais que não os souberam educar. Hoje fico-me por aqui com a promessa de continuar nos próximos artigos a abordar este tema.
