A cerca de duas semanas da 10ª edição da Festa do Basquetebol Juvenil, não se pode ficar alheio emocionalmente a este evento. Dez anos depois da cidade de Portimão acolher a 1ºedição da Festa,
dez anos depois do 1º comboio partir em direção a terras algarvias, muitas boas memórias emergem naqueles que viveram intensamente todas as edições até ao momento realizadas.
Assim, década passada, é legítimo ambicionar mais e melhor neste evento. Sinal disso mesmo é a realização do Jogo das Estrelas Feminino e Masculino, possibilitando a todos os jovens praticantes contactarem com as nossas referências nacionais. Devo dizer que me parece uma excelente iniciativa, uma vez que tendo aumentado a visibilidade da modalidade na Televisão (considere-se as transmissões efetuadas na Bola TV de pontos altos do nosso Basquetebol, na Benfica TV e no Porto Canal) parece haver uma tentativa de aproximar o Basquetebol de Rendimento à Festa mostrando um dos caminhos possíveis na modalidade para as centenas de jovens que irão jogar em Albufeira.
Caindo na tentação de me repetir em artigos dedicados à Festa, esta é e será um evento de referência do nosso Desporto e particularmente do nosso Desporto Juvenil (que bem precisa de um forte incremento), pelo que será sempre um momento que exigirá, de todos os seus agentes, enorme responsabilidade técnica e ética. E nesse sentido, o Treinador – Selecionador Regional – deverá ser a maior referência, aquela que mobilizará todos os que os rodeiam (atletas, adjuntos, dirigentes e pais) para bons comportamentos, boa química. A competitividade estará sempre presente exigindo do treinador que, com elevado autocontrolo emocional, nunca se desvie da sua função – ajudar os jogadores – dando igualmente um bom exemplo para os jogadores se entreajudem num são e intenso espírito desportivo. Se nesse processo o Treinador conseguir temperar a sua intervenção com algo que não esteja ensopado de juízos de valor e pouco conteúdo técnico-tático, certamente já estará a prestar um excelente serviço. Se ainda assim mostrar entusiasmo e interesse pelo progresso dos seus jogadores, tornará a sua experiência altamente gratificante, ganhando mais ou ganhando menos. Esta será a grande e positiva pressão que cada selecionador levará consigo para Albufeira.
Tendo sido recentemente publicadas as orientações nacionais para os escalões de formação do nosso basquetebol, grandes serão as expetativas relativamente ao jogo que iremos observar em Albufeira. Certo é que muitas seleções já nos habituaram a um jogo simples, com leituras, com conceitos, com contra-ataque e muita intensidade defensiva. Poderemos esperar observar mais equipas alinhadas nesta filosofia? Estou certo de que iremos constatar um jogo de sub 14 e sub 16 melhor, mesmo continuando a existir enormes assimetrias no que ao ensino, aprendizagem e treino diz respeito.
Dez anos passados podemos, legitimamente, criar fortes expetativas de que globalmente assistiremos a jogos intensamente jogados e pedagogicamente bem dirigidos. Eventualmente até poderemos constatar maior equilíbrio entre seleções, tornando este evento uma excelente oportunidade competitiva para todos os que nela participem. Mesmo que não possamos identificar muitos futuros talentos, esperamos ambicionar um ambiente propício para que o trabalho contribua para despertar o talento.
A Festa do Basquetebol Juvenil é hoje uma imagem de marca do nosso Basquetebol, imagem essa que se pretende que seja um motor de crescimento e desenvolvimento da modalidade em Portugal. E se o Basquetebol for mais uma vez pioneiro, poderá ser um contributo para se entender o Desporto Juvenil Português como uma imagem de marca nacional que marque positivamente cada jovem e que o desperte para que, em adulto, possa valorizar o Desporto Juvenil tal como os seus princípios pedagógicos o definem.
Vivam 10 anos de Festa. E até depois da Festa.