Os professores são a chave do sucesso ou insucesso do MCBA. São eles que podem mobilizar ou desmotivar as crianças. Contudo o inverso também é verdade,
se soubermos interpretar os interesses e necessidades das crianças estas vão certamente ajudar a motivar os adultos.
Quem já deu aulas nomeadamente de minibásquete nas atividades de educação física extra curricular sabe bem a imaginação e criatividade e empenho que é necessário para mobilizar as crianças para atividades. Uma coisa é ensinarmos minibásquete em ambiente de clube onde as crianças estão voluntariamente e querem aprender, outra é ensinarmos em ambiente escolar onde muitas das crianças estão por obrigação. Oiço com frequência críticas aos professores, mas acreditem que normalmente é bem mais difícil dar uma aula numa escola do que um treino num clube.
Quando introduzimos, em crianças do 3º e 4º ano de escolaridade, o fator jogo e preparação para jogos com crianças de outras escolas aumentamos a sua mobilização e motivação, facto que facilita a vida aos professores. Tanto quanto me foi dado a perceber uma das perguntas mais frequentes. que as crianças envolvidas neste projeto, faziam aos professores era: Quando é que temos jogos? As crianças ao estarem mobilizadas para os jogos do MCBA facilitam a vida aos professores pois estão muito mais motivadas para aprenderem. O processo de aprendizagem passa a ter para as crianças um objetivo facto que as mobiliza e facilita a vida aos professores. A minha insistência ao longo destas últimas semanas na divulgação do projeto do MCBA é que penso, que se verdadeiramente queremos massificar o minibásquete este é seguramente um dos caminhos a seguir. Temos de uma vez por todas pensar em primeiro lugar nas crianças. Pelo menos a nível do minibásquete temos de uma vez por todas acabar com a dicotomia do desporto federado versus, atividade desportiva no ambiente escolar.
Nas suspeições existentes e na necessidade de defender as suas “capelas”, na maior parte das vezes, nas discussões e argumentações, em nome de conceitos formais completamente afastados dos interesses e necessidades das crianças, a última coisa que é levada em consideração são as crianças. No minibásquete o mais importante são as crianças. As crianças é que devem ser os grandes mentores das suas atividades, aos adultos cabe saber interpretar e conduzir o processo de aprendizagem em função das necessidades e interesses das crianças. A série de artigos sobre o projeto MCBA já vai longa, este e como balanço da primeira época, vai ser um dos últimos artigos que escrevo sobre o MBCA, mas penso, que se queremos mais basquetebol no nosso país devemos apoiar e estar muito atentos ao projeto da Highplay.
Comentários
A resposta não é simples, nem há soluções mágicas e depende de muitas circunstâncias, mas acredite que são estes os desafios que eu gosto de responder e que me levam a escrever estes artigos. Aliás não é a primeira pessoa a colocar-me esta questão, pelo que já tinha pensado escrever um artigo sobre o título "A angústia da convocação". Fica a promessa que depois das minhas férias em Agosto abordarei num ou mais artigos este tema.