Apertar a mão a alguém no contexto desportivo é, entre muitos outros significados, um ato de respeito. Em primeiro lugar de agradecimento (a adversários, árbitros, dirigentes) por ser possível desfrutarmos de uma determinada competição,
com a colaboração e participação de todos. Por outro um momento de reforço da cumplicidade entre elementos da equipa de arbitragem, entre atletas da mesma equipa ou entre elementos da mesma equipa técnica.
Num jogo de Basquetebol, dos imensos momentos de confraternização através de atos de cumprimentar, o aperto de mão simboliza, talvez o mais nobre e elevado ato, por exemplo, realizado pelos Treinadores antes e depois da competição.
Ao apertarmos a mão aos árbitros, ao treinador adversário ou ao nosso adjunto significa que assumimos a responsabilidade de darmos o nosso melhor, respeitando as regras, respeitando os princípios da preparação da equipa, respeitando os nossos atletas e os adversários. Sem mais eufemismos a “força” de um aperto de mão expressa (simbolicamente) a convicção, competência e honestidade intelectual de quem o executa e de quem o recebe.
E na bancada? Existirá este nobre ato entre adeptos das duas equipas? Responderão alguns leitores que sim, outros que não, ou outros que simplesmente esboçarão um riso ou sorriso como quem pensará: que utopia! Não estarão estes últimos tão longe da verdade. As emoções, por vezes doentias, não reservam energias para que adeptos reconheçam nobremente que os adeptos rivais apoiaram bem a respetiva equipa, quer tenham ganho ou perdido. “Isso é perder tempo e é de anjinhos”, dirão alguns.
Pois bem, não sendo lógico e apetecível que adeptos rivais se cumprimentem, ou que até o Treinador vencido venha cumprimentar o adepto com mais chama, será lógico que qualquer adepto desportivo, nomeadamente no Desporto Juvenil, exerça essa função de forma coerente, respeitando em primeiro lugar as suas funções. Sim, porque um adepto que se desloque a um recinto desportivo para assistir a uma competição juvenil, em 99% dos casos será Pai ou familiar de um dos protagonistas (Atleta). Nessa situação deverá levar consigo algo mais do que o sentido paternal/maternal:
- Deverá ser capaz de nunca desperdiçar uma oportunidade para aplaudir (mesmo que fervorosamente) uma boa jogada da equipa onde joga o(a) seu (sua) descendente;
- Deverá ser capaz de aprender mais do jogo por forma a poder filtrar o entusiasmo perante eventuais decisões de arbitragem controversas;
- Deverá contribuir para que o ambiente naquele recinto seja temperado com o seu entusiasmo e boa disposição.
Neste cenário merecerá, este adepto, um “forte” aperto de mão no final do jogo. Este adepto destacar-se-á de todos aqueles que não reajam pelo menos uma vez a uma boa jogada, a uma boa decisão ou a um golo/cesto emocionante, ou se entretenham simplesmente a insultar de forma gratuita. Nesses casos, convém perceber que a nobreza de um aperto de mão se vai evaporar num ambiente nada coerente com os seus propósitos.
Comentários
Não será tanto assim : são necessários preparativos para mais um dia de pesca e, ao raiar do dia - antes do sol nascer -, já a linha deverá estar pronta a mergulhar na água (do mar) e dar "O aperto de mão" ao ato lúdico e de saudável evasão que a pesca representa - porque quanto menos basket (em consequência do que vamos observando), mais...pesca !
Neste novo paradigma, nesta encruzilhada de saberes, diante de uma enormidade de inclinações - sem rumo, nem mediação à vista ! -, em que : "Que política, na via da competência, para as decisões mais assertivas", tarda, e já não vai havendo tempo para acontecer : defender coerentemente uma causa e não, com umbigo grande "de faca e garfo", andar ao sabor das conveniências (pessoais) sabe bem, é muito gratificante desfrutar deste : "O aperto de mão".
Tudo de bom, João Ribeiro.
Aquele abraço.