A importância de ser feliz
 
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A importância de ser feliz

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A importância de ser felizPela sua dedicação e entrega, sou genericamente um admirador e defensor dos treinadores de formação. Muitos ficam felizes e muito orgulhosos quando um jogador que eles ajudaram a crescer atingem patamares superiores

e gostam muito de fazer a contabilidade de quantos jogadores passaram pelas suas mãos. Contudo, às vezes, também deveriam pensar quantos jogadores por sua ação abandonaram a modalidade.

Nestas ocasiões lembro-me sempre das palavras de alguém que muito admiro, o professor Carlos Neto, quando afirma: “Quando os treinadores de formação compreenderem que os seus atletas, estão mais próximos do abandono do que se transformarem num Ronaldo ou num Messi, o desporto de formação vai certamente melhorar.” Quando a fidelização de praticantes é determinante para o sucesso duma modalidade, este é um tema sobre o qual também devemos refletir.

Sobre esta temática aqui vai um texto para reflexão.

Eu sou o António!

Esta é a minha história. A história, que não é só minha, mas certamente de muitos.

Sou o António. Aos 5 anos de idade eu era uma criança com jeito para o futebol, já me destacava entre os meus colegas da escola. Os elogios chegaram aos ouvidos dos meus pais. "O rapaz tem um toque de bola fantástico".

Aos 8 anos eu já jogava na equipa do meu bairro. Antes dos 10 anos fui para um clube de futebol. Fui contratado para jogar num clube importante. Uma agência de representação de jogadores contactou os meus pais. Eles ficaram maravilhados e eu sentia-me um craque. A agência, para me cativar, ofereceu-me uma chuteiras de 200 euros. Uma loucura. Eu sentia-me o melhor do mundo! Mas depois dos 13 anos, o futebol deixou de ser apenas um jogo.

O meu treinador queria que eu fosse o Ronaldo e o Messi ao mesmo tempo. Aos 15 anos comecei a sentir dificuldades em compatibilizar a escola com o futebol. Sentia dificuldades em dormir, em estar concentrado. A pressão que colocaram sobre mim era enorme. Estava no meu limite. Deixei de sorrir. Comecei a baixar o rendimento nos treinos e nos jogos. De titular passei a suplente e rapidamente deixei de ser convocado. Os meus pais ficaram desiludidos comigo.

Quando tinham 18 anos, os treinadores começaram a dizer que eu não tinha evoluído como era esperado. No final da época informaram-me que já não contavam comigo. Confesso que recebi a informação com alívio. Eu já não queria saber de futebol para nada.

Neste meu trajecto todos se esqueceram que eu só queria ser feliz! Os meus pais esqueceram-se. Eu talvez também me tenha esquecido! Tudo não passou de uma ilusão. Poderia ter sido um grande jogador? Talvez!

Hoje.... continuo a ser o António!"

Adaptado do Jornal El País.

 


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