É chegada a vez de ouvir os que com José Alberto conviveram dentro do campo. É verdade, desta vez têm a palavra os seus antigos companheiros de equipa.
Hoje é a vez de Armando Simões e amanhã poderá ler a opinião de Mário Silva.
José Alberto – Um grande basquetebolista “todo o terreno”
Ao ler a simpática missiva do “Planeta Basket” no 71º. Aniversário do José Alberto (Zé) ocorreu-me rectificar a indicação de “base/extremo” para “todo o terreno”. Na verdade a capacidade técnica do Zé permitia-lhe jogar (ataque e defesa) em qualquer parte do campo, inclusivamente perto do cesto, onde a envergadura física era - e é - determinante.
Para aqueles que, como eu, ainda viram o Zé jogar com 16/17 (?) no Parque Mayer (não estou enganado...) com o seu clube de origem – o “Tabacos” – devem-se lembrar dos “duelos” com grandes jogadores mais altos, mais pesados e com muita experiência. Mas o “arsenal”de soluções técnicas ultrapassava essas desvantagens: excelente “trabalho de pés”, lançamento em afastamento (“fade out”), ganchos... E, quando jogava de extremo ou base, tinha uma elevada percentagem de lançamento, entrava para o cesto, dividia as defesas... Para mim era um “modelo” que tentava copiar!
Nessa altura nem me passava pela cabeça que uns anos mais tarde iria estar com o Zé numa boa equipa do Benfica que contava com outros grandes jogadores (Joaquim Carlos, Reis Pires, Jorge Silva, Júlio Campos, Furtado, Artur Coelho...). Mas, para mim, o Zé era, tecnicamente, o mais completo. E os “duelos” que acima refiro continuaram com vantagens do Zé e grande benefício da equipa.
Hoje, quando os jogadores são cada vez menos especialistas e cada vez mais generalistas – o que eu chamo de todo-o-terreno – posso dizer que o Zé era um jogador muito “avançado” na época.
Com seu amigo, continuo a admirar as suas qualidades como jogador, mas dou mais valor às suas qualidades como Homem.