Terminados alguns dos europeus de escalões jovens, é tempo de reflectir na participação das selecções portuguesas nos respectivos campeonatos.

 Para isso, o site PlanetaBasket foi falar com os treinadores das equipas que já estiveram em acção este ano para recolher as suas impressões acerca da prova em que estiveram envolvidos.
 
O campeonato deste ano não correu de feição à selecção de sub-20 masculina, que entre altos e baixos, acabou por ir parar a uma das últimas posições, (15º) apesar de ter somado 4 vitórias em 8 jogos.
 
Veja o que Orlando Simões tem a dizer acerca da participação da sua selecção:
 
Que balanço faz da participação da sua selecção no europeu de sub-20 masculino, que teve lugar na Macedonia?

O balanço do europeu de sub-20 faz-se pelos resultados obtidos e aí em face das expetativas com que partimos e do valor da equipa , a classificação final expressa o que foi uma campanha frustante em face da irregularidade apresentada durante a competição.

O que faltou à sua selecção para conseguir chegar um pouco mais além?

Terá faltado acima de tudo concentração competitiva para atacar o jogo com o Luxemburgo na 1ªfase , que marcou toda a restante campanha , para de uma forma identica ao nivel alcançado nos jogos com Georgia, Eslovaquia e Suécia , a equipa ter superado um adversário que nos era inferior e que nos colocou dependentes de outros resultados para seguirmos em frente.

A partir daí e perdido o objectivo inicial, faltou vontade colectiva para lidar com a frustação do dia anterior e viemos a perder com a Grã -Bretanha , que apesar de evoluir , consideramos ainda estar a um nivel inferior ao nosso.

Foi neste momento que tomámos a decisão de dar mais minutos de jogo a jogadores que pudessem repetir a presença no próximo ano para ganharmos algum tempo , aprendermos a conhecer a forma como encarar a competição futura e podemos dizer que a equipa respondeu positivamente ao último desafio (vitórias sobre o Luxemburgo e Roménia).

Se pudesse voltar atrás no tempo e mudar alguma coisa antes ou durante o campeonato, o que mudaria?

Concerteza que haverá motivos de reflexão àcerca da nossa prestação e uma grande conclusão a tirar que ajuda a perceber a ausência de regularidade prende-se com as condições competitivas a que os jovens juniores B e A têm na competição nacional, que perante um cenário (quase sénior no europeu) nos retira capacidade para lidar com os vários adversários nos momentos de maior pressão competitiva. Hoje em dia já não há adversários frágeis, pois paises como Áustria, Suíça e mesmo o Luxemburgo, servem-se de jovens que estudam nos E.U., ou utilizam descendentes de Sérvios e alteraram o panorama competitivo dos escalões de sub-18 e sub-20.

Apesar de ainda faltar cerca de um ano para o próximo europeu de sub-20, que podemos esperar na próxima época, tendo em conta os valores de 1º ano que já competiram este ano?

Em primeiro que tudo devemos reflectir em equipa (treinadores) depois avaliar onde podemos e devemos intervir para elevar a capacidade competitiva das competições (maior de jogos entre os mais fortes),solicitar um compromisso de trabalho fisico com os treinadores dos clubes e propor maior tempo de treino para os atletas seleccionáveis (em especial treino de lançamento em situação idêntica ao jogo).

Pensamos que numa competição como esta de sub-20, deveremos no futuro apenas falar de objectivos jogo a jogo, pois a nossa experiencia dos dois ultimos anos , mostra-nos que lidamos melhor com este processo no decorrer da prova e da diferentes realidades dos países que iremos defrontar.

A propria forma competitiva da competição, que se alterou este ano no que respeita ao grupo do 9º ao 17º, conduz a situações em que uma equipa com 50% de vitórias (4v e 4d) fique em 15º e equipas com apenas 2 e 3 vitórias fiquem bem acima de Portugal.