Há quem diga que um raio não cai duas vezes no mesmo sítio. O Sampaense provou este fim-de-semana que às vezes cai. A equipa de São Paio de Gramaços, ali bem junto à serra da Estrela, no concelho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, voltou a extinguir o fogo do dragão, tal como tinha feito no ano passado. "Fórmula mágica?É o trabalho, o empenho dos jogadores", diz Pedro Veloso, director do clube. "Para além disso, também temos vários jogadores que passaram pelo FC Porto", diz meio a sério meio a brincar.
Um deles é Jorge Sing, base da equipa beirã e melhor marcador no domingo, com 21 pontos. "Foi um triunfo muito importante para nós. O segredo foi a união e as coisas terem começado a correr bem desde o início", sublinha. Um triunfo que nasceu num incidente. É que, no sábado, o mau tempo causou estragos no pavilhão da equipa. Uma adversidade rapidamente transformada em força. "Tivemos de jogar em Oliveira do Hospital, mas não houve problema. As tabelas eram as nossas, que levámos do nosso pavilhão, e o piso até é melhor. Para além disso, é mais quente. Nos dias de Inverno, o nosso pavilhão é mais frio do que a rua", brinca. O ambiente também ganhou. "Habitualmente temos cerca de 200 a 300 pessoas a ver os nossos jogos. Neste estiveram cerca de 600", acrescenta Pedro Veloso.
Aos 32 anos, Jorge Sing, que já defendeu as cores do dragão, diz que nem sempre é fácil a adaptação ao Interior, a um meio mais pequeno. "No meu caso, não tive problemas. Casei por aqui e espero ficar cá", revela. Mas nem todos têm a mesma sorte. "É um dos problemas que sofremos com a interioridade. Muitas vezes é difícil convencer os jogadores a vir para cá. Ainda neste defeso houve atletas que preferiram ir para equipas da Proliga do que jogar cá. Também foram com contratos superiores, mas nós não abdicamos do rigor para honrarmos sempre os compromissos. É uma das coisas que nos caracterizam. A outra é a forma como recebemos as pessoas, o trato. Somos como uma família", explica o director do clube.
O americano que marcava de mais
Era um dos mais promissores jogadores da Liga, mas uma lesão em Janeiro estragou os planos a Ricondo Crutchfield, que ainda está perto do topo da estatística dos melhores marcadores. Uma lesão, com diagnóstico superior a dois meses, obrigou à troca por Bobby Maddison, que num dos primeiros jogos, contra o Illiabum, fez 40 pontos. "Também é um bom jogador", sentencia Pedro Veloso, director de um clube que em 13 anos foi quatro vezes campeão nacional (três da Proliga e uma da segunda divisão) e foi a mais duas finais.
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