Jogo sem história serviu para rodar
 
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Jogo sem história serviu para rodar

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altTimisoara (Roménia) - Depois da grande desilusão que constituiu o afastamento de Portugal dos 8 primeiros, com o dia de descanso de permeio, a selecção nacional voltou hoje a competir.

Pode-se dizer que o Luxemburgo era o adversário ideal para arejar as cabeças e esquecer o autêntico pesadelo que desabou sobre todos os elementos da comitiva lusa.

Foi um jogo sem história como deixa antever o resultado desnivelado verificado no final (80-47), com 43-20 ao intervalo. Depois de as luxemburguesas terem inaugurado o marcador da linha de lance livre, as pupilas de Kostourkova responderam com um parcial de 12-0, que não foi travado pelo primeiro desconto de tempo pedido pelo técnico do Luxemburgo, no minuto 3, quando já havia 8-2. Sempre que as nossas representantes apertavam mais em termos defensivos, aumentavam as dificuldades para as nossas opositoras se desembaraçarem da defesa pressionante (2x1), de que resultaram vários roubos de bola com aproveitamento do contra-ataque. Assim se chegou ao final do quarto inicial com as portuguesas no comando (22-10).

Entretanto a seleccionadora nacional aproveitava o ensejo para ir rodando a equipa, fazendo sucessivas trocas. Deu para utilizar as 11 jogadoras disponíveis, com Inês Pinto a ser a menos utilizada (11 minutos) e a capitã Filipa Bernardeco a estar em campo mais de 28 minutos, sendo a mais utilizada. Isso fez com que o Luxemburgo aproveitasse algum abrandamento luso para ir reduzindo a desvantagem, tendo chegado a 26-17 (minuto 17), obrigando Kostourkova a parar o jogo com 3.25 minutos para jogar. O puxão de orelhas deu resultado, pois em menos de 2 minutos Portugal disparou de 32-20 para 43-20 (ao intervalo), impondo um parcial de 11-0, com uma série de roubos e imediato contra-ataque, utilizando como os corredores como mandam as regras.

Na etapa complementar as nossas representantes deixaram-se contagiar de novo pelo ritmo mais lento das contrárias e no minuto 24 Portugal tinha consentido um parcial de 1-9. Novo desconto de tempo pedido por Kostourkova aos 44-29 que deu os seus frutos, pois com a poste Maria João Andrade (marcou 12 dos seus 18 pontos neste 3º período) a ser bem servida pelas suas companheiras, provocando 6 faltas com boa eficácia da linha de lance livre (83%), facilmente o seleccionado luso cavou a diferença que se cifrava em 27 pontos (61-34), no final do 3º quarto (18-14).

No últimos 10 minutos (19-13) Portugal chegou à maior diferença (36 pontos) no minuto 36 (70-34), mas algumas desatenções na defesa zonal permitiram que o Luxemburgo atenuasse a diferença, acertando mais 2 triplos (acabou com 7 em 17 tentativas, uns bons 41%) e provocando algumas faltas com idas à linha de lance livre, nomeadamente através da sua melhor jogadora (Lena Hetto), autora dos últimos 8 pontos da sua equipa, já no último minuto.

Destaque na selecção lusa para as prestações de Maria João Andrade, MVP da partida, que conseguiu o seu primeiro duplo-duplo do campeonato (18 pontos, 5/7 nos duplos, 10 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência, 2 roubos e 6 faltas provocadas, com 8/11 nos lances livres), seguida de perto por Luzia Lampreia (17 pontos, 6/9 nos duplos, 1/2 nos triplos, 4 ressaltos, 3 assistências, 4 roubos, 1 desarme de lançamento e 2 faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres). Referência positiva também para a extremo Paula Couto (7 pontos, 4 ressaltos defensivos, uma assistência, 4 roubos e 4 faltas provocadas, com 3/6 nos lances livres) nos 13 minutos e meio que esteve em campo.

Nas luxemburguesas, a mais valiosa foi a nº 13, Lena Hetto (18 pontos, 2/4 nos triplos, 2 ressaltos defensivos, 1 roubo, 2 desarmes de lançamento e 6 faltas provocadas), destacando-se também Kim Schintgen e Paulina Scheuren, ambas com 8 pontos e 2 triplos cada uma.

«Foi um jogo sem história que serviu para rodar a equipa e ganhar confiança, imprescindível depois dos resultados adversos que normalmente deixam marcas. Tivemos alguns bons momentos, tendo conseguido inclusivamente treinar a defesa para os próximos embates que se avizinham, nomeadamente com a Alemanha e a Bósnia (as duas equipas do Grupo B) que também não se qualificaram para os 8 primeiros», sintetizou a seleccionadora Mariyana Kostourkova, no final do encontro.

Em termos globais a supremacia das portuguesas residiu na luta dos ressaltos (44-24), na maior eficácia nos duplos (59%-24%), no maior colectivismo (18-9 assistências), no maior número de roubos de bola (16-14) e no menor número de erros cometidos (22-29 turnovers), ainda que para este opositor tenham sido demasiados, na nossa opinião. O Luxemburgo esteve melhor no tiro exterior (25%-41%), com 7 triplos em 17 tentados, contra apenas 2 das portuguesas em 8  tentativas.

Resultados do Grupo A (4ª jornada):

Roménia 52-63 Grécia
Portugal 80-47 Luxemburgo

Triunfo merecido das gregas na partida que definiu as vencedoras do nosso Grupo. Artemis Spanou voltou a ser preponderante na equipa da Grécia, enquanto a romena Cristina Bigica (28 pontos) tudo fez para ganhar o jogo.

Classificação actual:

1º Grécia 4 vitórias
2º Roménia 2 vitórias,1 derrota
3º Portugal 1 vitória, 2 derrotas
4º Suiça 1 vitória, 2 derrotas
5º Luxemburgo 3 derrotas

No Grupo B, que cruza com o Grupo A na próxima fase, a grande surpresa foi a não qualificação da candidata Alemanha para os 8 primeiros. A selecção germânica (3ª em 2009) viu-se irremediavelmente afastada do seu objectivo (subida à Divisão A) ao perder com a Croácia (63-48), vencedora sem derrotas do Grupo B, depois de sido surpreendida há dois dias pela Dinamarca (64-59), que assim fará companhia à selecção croata no grupo dos 8 primeiros, constituindo sem sombra de dúvida a primeira equipa sensação deste Europeu.

Deste modo, Portugal defrontará, para além da Suiça (hoje, às 20h15), na derradeira ronda da 1ª fase, a Alemanha (dia 6, 6ª feira, às 13h30) e a Bósnia e Herzegovina (dia 7, sábado, às 15h45). A hora e adversário do nosso último jogo (domingo, dia 8) depende do lugar pelo qual estaremos em condições de lutar (do 9º ao 18º).

 

 


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