Esta semana, o Treinador levou a melhor sobre o Jogador pela primeira vez.
Apesar da previsão em relação ao jogo da semana ter sido favorável a Daniel Monteiro com a vitória do Benfica sobre o Porto, Vasco conseguiu 4 pontos contra 3 do Daniel. A vantagem global continua com o Daniel Monteiro que já tem 17 pontos. Mais um que Vasco Curado.
Neste fim-de-semana há jornada dupla para todas as equipas, o que pode levar a algumas mudanças na classificação.
O jogo da semana é o Barreirense-Ovarense. Dois clubes históricos da modalidade lutam pelo 3º lugar na classificação. Esperemos que presenciado por muito público no Barreiro. Temos previsões para todos os jogos, mas primeiro vamos a contas…
Resultados da 9ª jornada
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Opinião
Espaço do treinador: O que descobrimos após o clássico?
Um bom jogo com bastante público e que nos permitiu retirar algumas conclusões sobre as duas equipas mais que favoritas à conquista do título. Vamos a elas:
- O plantel do Benfica é mais talentoso e tem mais profundidade que o do Porto. De facto, quando nos damos ao luxo de utilizar jogadores da qualidade de Sérgio Ramos e de Miguel Minhava apenas durante 12 minutos e mesmo assim vencer o campeão nacional, é sinal que temos um grande plantel.
- Os dois norte-americanos do Porto (Reginald Jr. e Robert Johnson) não têm sido a mais valia que a equipa precisa. É necessária mais produção da parte dos dois, sobretudo do base. Nos últimos quatro jogos marcou 6, 4, 7 e 5 pontos respectivamente.
- Os jovens do Porto têm minutos de qualidade para evoluir. Enquanto no Benfica a aposta é na segurança dos veteranos. Há que dar o devido valor à coragem (que não é de agora) de Moncho Lopez ao colocar João Soares, Diogo Correia e Miguel Cardoso na rotação “normal” da equipa e a jogarem minutos quando o resultado está em aberto. O último jogou mesmo algum tempo nos últimos minutos do jogo quando tudo estava ainda em aberto. Uma acção positiva (assistência) e uma negativa (falhou 2 lances-livres). Da parte do Benfica, Carlos Ferreirinho e António Monteiro não foram utilizados e não têm tido muitos minutos esta temporada.
- Theodore Scott foi decisivo na parte final do jogo e parece ter substituído Ben Reed como o jogador a quem a equipa “dá a bola” nas alturas decisivas dos jogos. É um jogador muito forte nas acções de 1X1, mas que neste jogo teve baixas percentagens de lançamento. Compensou com 6 assistências. Defensivamente, não coloca muita pressão nos bases adversários o que poderia ter sido melhor aproveitado pelo Porto.
- Factor casa conta mesmo. Depois de ter vencido na Luz para a fase regular da época passada, não mais o Porto conseguiu vencer o Benfica no pavilhão Império Bonança. Na final do playoff da época passada, nunca conseguiram vencer fora apesar de várias vitórias folgadas em casa. Do lado do Benfica, o historial é ainda pior quanto a vitórias no Dragão Caixa. Nunca venceu desde a inauguração. Vitórias apenas em casa e em campo neutro. Sabendo destes dados, é de grande importância conseguir o primeiro lugar na fase regular e vantagem “casa” em todas as eliminatórias do playoff.
Espaço do jogador: Qual a diferença quando jogamos e assistimos?
Por razoes clínicas tenho assistido a muitos mais jogos sentado na bancada que o habitual este ano e isto fez-me pensar:
Qual a diferença quando jogamos e assistimos?
Da bancada tudo parece mais óbvio! O tempo de passe, o lançamento forçado, a rotação defensiva e até mesmo o lance livre falhado… Nada parece difícil quando estamos a observar da bancada, pois estamos sentados confortavelmente a olhar para o jogo como um todo. Facilmente se observam os pontos fortes e fracos de cada equipa e atleta, e normalmente dizemos que se deveria fazer assim ou assado para ganhar e jogar melhor.
Bem, quando estamos a jogar o tempo de decisão é muito menor, temos que decidir numa fracção de segundos quais as acções que realizamos. O que normalmente acontece é que as decisões são realizadas por instinto e talvez por isso por vezes fazemos os erros mais incríveis. Outro factor que muitas vezes não é levado em conta é a oposição que existe à acção que queremos efectuar (lançamento, passe, ressalto, etc).
Uma técnica que é usada (pelos poucos que conseguem) é a previsão e a antecipação, ou leitura de jogo, ao que vai acontecer, assim como ter um recurso de acções que, caso a acção inicial seja negada, a solução para se ter sucesso na acção é adaptada aos contingentes que rodeiam. Um exemplo concreto disto que estou a dizer é observado no João Santos do FC Porto. A saída dos bloqueios para vir lançar do exterior é fenomenal e muito difícil de defender. Ele tem diferentes opções para o que a defesa apresenta e raramente não conquista uma boa posição de lançamento.
Falando a escala europeia não há nada como observar o Diamantidis do Panatinaikos, Marcelinho Huertas do Barcelona e o Teodosic do Cska Moscovo! A capacidade e tempo de reacção ao que o jogo lhes apresenta é realmente algo de fenomenal. A capacidade que estes jogadores têm de ler as dinâmicas do jogo é algo que eu gostaria de ter prestado atenção quando estava ainda em processo de formação. No entanto o meu favorito de observar é Juan Carlos Navarro do Barcelona. Ele toma 99% de decisões correctas nas acções que realiza. É o jogador na Europa mais dominador do jogo.
Mas por muito que goste de ver jogos da bancada… Não há nada como estar lá dentro a tomar boas decisões e a cometer erros.
Treinador vs Jogador
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Obrigado e deixem os vossos comentários sff
Abraços
Vasco Curado (@vcurado) e Daniel Monteiro (@DanielMonteiro4)