Com o final da fase regular da NBA chega o momento das equipas que ficaram de fora dos Play-off fazerem uma avaliação da sua campanha e tomarem decisões para a próxima época.
E quando se procura mudar o rumo dos acontecimentos as vítimas são, quase sempre, os treinadores. Lawrence Frank (Detroit Pistons), Byron Scott (Cleveland Cavaliers) e Doug Collins (Philadelphia 76’ers) foram demitidos devido à fraca prestação das suas equipas, tendo em conta o que era esperado no início da época.
Começando pela equipa de Philadelphia, que em 2012 conseguiu um lugar no Play-off e eliminou os Chicago Bulls na 1.ª ronda, não conseguindo depois o acesso à final de Este perdendo com os Boston Celtics.
Os Sixers pareciam uma equipa em claro crescimento. Tendo em Jrue Holliday um base talentoso — marcou presença no All-Star — e em Even Turner um extremo multifacetado, a equipa optou por se envolver na troca de Dwight Howard para os Lakers, recebendo o promissor poste Andrew Bynum mas perdendo o jogador que tinha sido a referência do clube durante quase uma década, Andre Igoudala. Teoricamente a estratégia era a correta para melhorar a equipa com um jogador capaz de dominar o jogo interior, mas tudo se complicou com as lesões de Bynum. O poste de 25 anos não participou em nenhuma partida devido a problemas nos joelhos e a equipa, desenhada para jogar para dentro, ficou “coxa”. A consequência foi a ausência da fase decisiva da competição e saída de Doug Collins do comando da equipa, passando a ter um papel como conselheiro dos Sixers.
Já em Detroit a “mudança” foi o motivo para o despedimento de Lawrence Frank. O ex-treinador dos Pistons liderou, nas duas épocas em que comandou o clube, uma renovação que parece tardar em dar frutos. Depois da saída de todos os jogadores que foram campeões em Detroit (2004), a equipa não tem conseguido encontrar jogadores que voltem a trazer a equipa para o topo. Por isso Joe Dumars, presidente dos Pistons, resolveu despedir Lawrence Frank para trazer alguém que possa mudar a mentalidade perdedora que se instalou e dar um melhor uso ao talento individual que existe em Detroit em jogadores como Greg Monroe, Brandon Knight e o rookie Andre Drummond.
Em Cleveland a situação é idêntica. Existe talento, Kyrie Irving é um dos jogadores com um futuro mais brilhante na NBA, mas também uma cultura de derrotas que se instalou após a saída de LeBron James para os Miami Heat (2010). Mas as lesões também têm sido fundamentais para o mau desempenho dos Cavaliers, principalmente as de Anderson Varejão. O brasileiro jogou 25 partidas até se lesionar com gravidade a meio de dezembro. Até esse ponto Varejão era o melhor ressaltador da liga com 14,4 por jogo, marcando também 14,1 pontos de média. Contudo, sem a sua presença os Cavs são pouco mais que o jogo exterior de Irving, que também falhou 23 jogos durante a temporada. Todos estes problemas empurraram os Cavaliers para o 13.º posto no Oeste e levaram à demissão de Byron Scott.
Em Cleveland fala-se do regresso de Mike Brown, treinador que levou os Cavs à final em 2007 e que esta temporada começou como treinador dos Lakers, antes de ser substituído por Mike D’Antoni.