Uma das grandes dificuldades de ensinar/treinar minibásquete é o contexto em que este é exercido. São diminutas as situações no minibásquete no nosso país,
em que os treinadores podem ensinar grupos de 12 a 16 jovens, todos do mesmo escalão e com competências minimamente homogéneas. É neste difícil e complexo quadro de aprendizagem que são colocados muitos jovens, cuja tarefa é ensinar minibásquete. Muitas vezes é por razões de sobrevivência, que há clubes que colocam crianças a mais para o espaço disponível, a ser treinadas por jovens sem experiência.
É nestas situações, que no fundo não respeitam o princípio pelo qual me guio, (no MB o mais importante são as crianças), que costumo dizer que é preferível que façam muitos jogos de apanhada em drible, muitas “caçadinhas” e exercícios movimentados e divertidos, em vez de estarem em longas filas à espera da sua vez para executar durante todo o treino duas ou três tentativas de aprendizagem do lançamento na passada. Nos jogos de apanhada e noutros semelhantes sempre se mexem, divertem e recriam algum do ambiente de rua, que tanta falta faz na educação duma criança. No fundo, mais do que os princípios, são as circunstâncias e o contexto que acabam por determinar o trabalho realizado com as crianças. O que eu nunca aceito é a crítica fácil realizada ao trabalho dos treinadores sem se conhecerem as circunstâncias em que trabalham.
Nas longas filas, tenho sérias dúvidas que não se aborreçam e duvido muito da eficácia da aprendizagem pois as crianças aprendem muito mais com o que fazem do que com aquilo que lhes dizemos. Vem esta introdução a propósito dum exercício extremamente simples, em que a sua riqueza pode estar na forma como é abordado, ao possibilitar aos que estão inativos, estarem empenhados no treino, facto que aumenta a sua atenção, facilita os problemas de disciplina, pois todos estão envolvidos, e possibilita que os jovens se tentem sempre superar.
Todos sabemos que um contra-ataque terá tanto mais sucesso quanto mais rápido se conseguir chegar ao cesto. O drible de progressão é uma excelente arma. É a partir destes pressupostos que eu sugiro a seguinte organização dum exercício simples de drible em progressão.
Pode ver o exercício aqui.
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