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Carla NascimentoTel Aviv (Israel) – Começa hoje a fase de qualificação para o EuroBasket Feminino 2015. Portugal faz parte do Grupo D que se disputa na cidade de Ramla,

22 quilómetros a sul de Tel Aviv. Macedónia, Alemanha e Israel são por esta ordem os adversários das portuguesas, a partir de hoje até domingo, dia em que termina a competição.

Os jogos terão lugar no Kiryat Menachem Gym, com capacidade para 1600 pessoas, recinto onde habitualmente joga o Elizur Ramla, uma das equipas femininas mais conceituadas da Liga Israelita que por norma entra na discussão do título. Acabou de ganhar o título israelita e há 4/5 anos venceu a EuroCup, a segunda competição europeia a nível de clubes, a seguir à Euroliga. José Araújo, adjunto do seleccionador Ricardo Vasconcelos, já as defrontou, há alguns anos quando era treinador principal do Olivais FC (com a dupla norte-americana Ambrosia Anderson e Aja Parham) que participou na EuroCup na qualidade de campeão nacional.

Este pavilhão é o que também tem sido utilizado para os treinos das selecções participantes. Tem um contra que é o facto de se demorar no mínimo 40 minutos para se fazer o percurso desde o City Hotel, onde estão todas as 4 delegações. Mas já demorámos mais: no primeiro dia em que aqui treinámos (anteontem) a viagem demorou 45 minutos para cá e 49 no regresso ao hotel, dependendo naturalmente do tráfego automóvel, que varia consoante é hora de ponta ou não. Hoje por exemplo foi mais rápido (37 minutos), porque o treino de uma hora que está a decorrer (estamos a escrever no pavilhão) começou às 09H00.Portanto um treino e um jogo por dia representam no mínimo 3 horas dentro de um autocarro, o que convenhamos não é nada normal para uma competição com este nível de exigência, em que as atletas precisam de descanso, também.

Israel, o país onde estamos desde a passada 2ª feira, vindos da Polónia e Eslovénia, onde a selecção nacional feminina realizou 4 jogos de preparação (3 derrotas e uma vitória frente às eslovenas), tem uma população a rondar os 8 milhões de pessoas, dos quais apenas 70 mil vivem em Ramla. Em termos religiosos, 75% da população do país é judaica, 19% muçulmanos e apenas 6% são cristãos e de outras religiões com menor expressão (Cherkess e Druze). A moeda local é o NIS (New Israeli Shekel) cuja cotação média ronda os 4,75 NIS por cada Euro.

Ontem depois do jantar estivemos acompanhados pelo Nuno Manaia (secretário das selecções nacionais femininas) na Technical Meeting, em que se faz a habitual conferência dos cartões licença FIBA das jogadoras, passaportes, lista oficial da FIBA Europe, apresentação dos equipamentos de jogo (calções, camisolas e t-shirt de aquecimento). Fomos propostos para integrar a Technical Commission, chefiada pelo Comissário da competição, o espanhol Victor Mas e que também integra o israelita Boris Zelinger, que conhecemos o ano passado, comissário Internacional FIBA e que é o representante da Federação de Israel para as questões logísticas de alojamento, refeições, treinos e jogos. Por seu turno Nuno Manaia ficou como membro substituto do Jury of Appeal. Lavínia Silva, a extremo/poste que alinhou nas duas últimas temporadas pelas açorianas do Boa Viagem, viu finalmente (esta semana apenas) a sua situação de portuguesa sem qualquer restrição, ser aceite pela FIBA Mundial, através da decisão do Secretário-Geral daquele organismo, Patrick Baumann. Foi um processo moroso em que acabou por prevalecer o bom senso, mas foi preciso que o Presidente Mário Saldanha e o DTN Manuel Fernandes, que na qualidade de membro do Central Board (FIBA Europe), tivessem de intervir. O nosso obrigado pois aos dois responsáveis federativos, pela resolução do imbróglio.

O espírito da mensagem transmitida pelo seleccionador Ricardo Vasconcelos, no início e no final deste derradeiro apronto antes do embate de logo à tarde (17H45 locais), antecedido do Israel-Alemanha (15H00), é de que “temos todas as condições para ganhar à Macedónia, porque trabalhámos com seriedade, estudámos os pontos fortes do adversário e … somos melhores”.  Recordar apenas que no histórico dos jogos entre os 2 países, em termos de selecções seniores femininos, constam 3 jogos e outras tantas vitórias: 52-79 em Prilep (Setembro de 2004), em jogo a contar para o EuroBasket Feminino 2006, Divisão B, Grupo B; 81-67 em Coimbra (Setembro de 2005), no jogo da 2ª volta, um ano depois, também a contar para o EuroBasket Feminino 2006; 68-75 em Sköpje (Setembro de 2008), na 1ª volta do EuroBasket Feminino 2009, Divisão B, Grupo B. As únicas sobreviventes desses encontros, que agora ainda integram este grupo de 12 do seleccionado luso, com as quais recordámos estes êxitos, são as veteranas Vera Correia e Carla Freitas, ambas da geração de 1980, respectivamente com 33 e 32 anos de idade.

 

 


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