Desculpem-me a repetição, mas há frases que não me canso de repetir. A primeira é que no minibásquete o mais importante são as crianças, todas as crianças.
A segunda é: gosto muito de pensar pela minha cabeça, mas como não sou dono da verdade, não sou surdo e acima de tudo gosto muito de refletir sobre o que vou e não vou fazendo.
A questão dos horários escolares não implica apenas um esforço suplementar enorme aos pais, também afeta e de que maneira os treinadores das crianças, muitos deles com jeito para lidar com crianças, mas alguns com falta de experiência. Como tem, comparativamente aos portugueses, facilitada a vida os treinadores espanhóis de minibásquete.
É completamente diferente ensinar/treinar crianças ao princípio da tarde, sem a presença e nalguns casos interferência dos pais, que assistem aos treinos, ou ensinar/treinar crianças ao fim do dia depois da fadiga de uma longa permanência na escola. Não é decididamente a mesma coisa. Quer em termos de atenção, quer em termos de cansaço, que muito condicionam as aprendizagens. Seguramente que não estamos a falar das mesmas condições, o que torna o trabalho dos treinadores portugueses bem mais difícil.
Sou exigente nos meus treinos e recorro a muitos exercícios que requerem a atenção dos minis e de uma forma calma mas assertiva, quero que estes corrijam quando não executam correctamente e é aqui que me começo a questionar, quando chamo a atenção ou ralho com os minis que estou a treinar. Mas afinal quando é que estas crianças tem tempo para brincar? É por isso que todos os meus treinos também tem de ter momentos de brincadeira em que eu sei precisamente o que estou a ensinar e digo-vos, quando sabemos exactamente o que estamos a fazer, é impressionante o que eles conseguem aprender através das brincadeiras.