Felizmente há bons exemplos
 
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Felizmente há bons exemplos

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San Payo AraújoFelizmente há bons exemplos. Tudo na vida tem vantagens e desvantagens. O facto de no minibásquete não haver regras que regulamentem as situações de jogos muito desequilibrados

leva a que alguns treinadores transformem o jogo numa correria insana de bater recordes ou vencer o jogo pelo maior resultado possível. Nestas situações não levam em consideração, se os seus jogadores estão a aprender alguma coisa, nem se isso é ou não bom para a modalidade, que tanto dizem gostar. Contudo a ausência de regras, muito complexas e difíceis de fazer, que regulamentem procedimentos em jogos desnivelados, tem para mim uma vantagem, permite perceber quem são os treinadores que verdadeiramente estão interessados na evolução e aprendizagem dos seus jogadores e identificar aqueles que mesmo compreendendo que vão vencer o jogo apenas estão preocupados com o resultado.

Esta era a semana em que eu iria terminar a minha sequência de artigos sobre os resultados desequilibrados, contudo o facto de no domingo passado ter assistido, num convívio de minibásquete da ABL, a uma situação que muito me apraz registar, resolvi escrever mais um artigo sobre este tema, deixando para a semana que vem o artigo final desta já longa sequência de artigos sobre o tema: resultados desequilibrados.

Temos o hábito de criticar as situações menos corretas, mas não nos manifestamos quando observamos bons exemplos. No final dum jogo do convívio da ABL tive o cuidado de me dirigir ao treinador dos Mini-12 do Paço de Arcos, clube que tem vindo a desenvolver no minibásquete um trabalho digno de ser elogiado, e dei-lhe os meus sinceros parabéns, transmitindo-lhe que estes eram os exemplos que me levavam a dizer, assim vale a pena andar pelo universo do minibásquete.

Relatando a situação o que eu verifiquei foi o seguinte, porque o resultado estava desequilibrado e a equipa adversária tinha dificuldades em sair debaixo do seu cesto, o treinador do Paço de Arcos continuou a defender campo inteiro, mas obrigou os seus jogadores a defenderem apenas através do enquadramento defensivo com os jogadores com as mãos atrás das costas, à espera do erro do adversário, para passarem ao contra-atque.

O jogo fluiu assim de maneira diferente, os jogadores do Paço de Arcos, eram obrigados a um grande esforço de enquadramento defensivo, mas certamente estavam a evoluir, e muito, no trabalho de pés para conseguirem a interposição defensiva e tentar impedir a progressão do adversário. A vitória do Paço de Arcos nunca esteve em causa, mas esta é uma boa solução para alguns dos jogos desequilibrados, e em que todos aprendem e a modalidade beneficia com esse facto.

Às vezes observo boas intenções, mas sem grande proveito para qualquer das equipas. Não deixo de realçar a boa intenção, mas por exemplo, situações em que uma equipa não consegue repor a bola a seguir a cesto, dar a ordem para a equipa mais forte ir para trás do meio campo, nem sempre é uma boa solução. Neste caso não estamos a ensinar os jogadores da equipa mais forte a reagir às perdas da bola e para a outra equipa, apenas estamos a retardar as suas dificuldades por uns segundos, permitindo que avancem uns metros sem oposição no campo para logo de seguida à primeira dificuldade ficarem sem a bola. No fundo continua a não haver jogo. Embora a intenção seja boa não me parece ter grandes proveitos de qualquer das duas equipas. Quando se manipula e condiciona os comportamentos da equipa mais forte, para que o jogo continue a ser um espaço de aprendizagem temos que ter boas opções. Parabéns ao Paço de Arcos pelo trabalho que está a desenvolver no minibásquete e parabéns ao André Roxo seu treinador do Minis-12.

 

Comentários 

 
+2 #3 San Payo 15-01-2016 12:53
Caro Pedro Martins

Tenho acompanhado os seus pertinentes e oportunos comentários no PB e espero que não me leve a mal o tratamento tão pessoal. Este seu último comentário constitui para mim um excelente estímulo para escrever mais um artigo que sairá em breve. Obrigado pela sua participação em comentários no PB
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+3 #2 João Fraga 14-01-2016 08:58
Concordo plenamente que nesta situação mandar a nossa equipa recuar para trás do meio campo não é boa solução. A que o Prof. San Payo sugere parece-me muito melhor. Relativamente ao elogio ao trabalho desenvolvido no Paço de Arcos, assino por baixo o elogio aqui dado!
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+1 #1 Pedro Martins 12-01-2016 19:49
Há uns 3 anos, um jogo de mini10 do Guifões. A diferença era tanta que a treinadora do Guifões ordenou para defenderem com as mãos atrás das costas e atacarem sem drible. Pois o que aconteceu foi que a outra equipa, pais sobretudo, interpretaram essa atitude como humilhante para os seus jogadores. Desagradável.
Depois disso, sempre que acontecia algo do género, defendiam passivamente não levantando os braços nem tentando interceptar a bola
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