É o que se deseja e espera. Porque, a propósito, despertou-nos vivamente a atenção as recentes declarações ao Planeta Basket, pela mão do companheiro San Payo Araújo,
de Mário Henriques, da Associação Highplay, quando se expressou assim: "Hoje trabalho 98% no mundo das empresas, mas o basquetebol para mim foi uma escola para a vida. Por isso estou extremamente grato à modalidade".
Depois de dissecar alguns considerandos sobre como surgiu a ideia do projeto MCBA, referenciando os parceiros e as dificuldades encontradas, enumerou as atividades promovidas, sublinhando a importância das pessoas envolvidas.
Considera Mário Henriques ser positivo o balanço, e de que irão continuar a trabalhar numa base realista, só falando do que podem concretizar.
Convidado a formular que pergunta gostaria de colocar, de pronto a resposta, tão oportuna, quanto incisiva: "Uma pergunta que vai para além do MCBA e que gostaria de ver respondida, não só por mim mas por todos os que amam a modalidade: Que basquetebol é este que estamos a construir no nosso País?
Do meu lado respondo: eu faço a minha parte e o melhor que posso. E vocês?"
Perante este quadro, somos levados a considerar que estamos em presença, face à realidade MCBA, de uma ideia, que sustenta um projeto, na procura de uma identidade. Que se aplaude!
E vocês? É a pergunta, pertinente e desafiante.
Nós, se e enquanto irmanados no claro propósito da Associação Highplay (importará ler toda a entrevista), protagonizado pelo Mário Henriques, só poderemos dizer que, cada um na medida das suas competências, deveremos assumir o compromisso de colaborar com a ideia, então, globalizante e com expressão nacional, de contribuir para se fazer o que tem de ser feito.
E é no sentido, com a agulha da "bússola" a indicar o caminho, de se fazer o que tem de ser feito, que nos ocorreu o "ensaio" a que demos o título de: DTNacional sem constrangimentos.
A caminho de dois anos de "legislatura" o DTNacional, Mário Gomes, por quanto nos tem sido dado observar, não tem podido desenvolver a estratégia para a obtenção das anunciadas linhas programáticas, com sinais de trabalho no terreno e faseadas no tempo:
- Alargar a base da modalidade, a sua massa critica, o número de praticantes;
- Intervir nos fatores de sustentabilidade da modalidade;
- Melhoria da qualidade do jogo.
Sabemos estar no horizonte da DTNacional, representada pelo DTNacional, Mário Gomes, a imperiosa necessidade de "cuidarmos do que temos: Jogo - Jogadores - Treinadores".
Analisando a linha programática "melhoria da qualidade do jogo", porque a que mais diretamente relacionada com a intervenção dos treinadores, e se considerarmos o importante papel que o treinador desempenha em cada um dos clubes, em respeito pelo modelo de desenvolvimento do praticante e do consequente avanço da qualidade da prática, convictamente reputamos de indispensável o enquadramento dos DTRegionais perante o DTNacional.
No périplo feito pelas diversas Associações do País, teve o DTNacional o cuidado de se expressar : "É bem verdade que as barreiras mentais são as mais difíceis de combater, pelo que haverá a necessidade de estabelecer uma cultura de trabalho assente na "franqueza" e não num clima de "cortar à faca", no sentido de todos nos envolvermos e comprometermos para o desenvolvimento do basquetebol que, reconheçamos, atravessa um período particularmente difícil".
Pela nossa parte, e já o expressámos em anteriores "ensaios", só acreditamos na possível modernização do basquetebol português se a melhoria puder partir de uma consciência coletiva, sobretudo por parte dos treinadores. Com medidas coercivas, não iremos lá. É que, se o "sistema" o permitir (e tem-no permitido) haverá sempre mais contra-bandistas do que guardas fiscais...
Razão pela qual, talvez que importe nos interrogarmos: o atual estado de coisas não será resultante de um certo imobilismo e de alguns privilégios instalados (qual rotina bafienta, prolongada no tempo), que em nada e por nada terão contribuído para o progresso da modalidade?
Se o propósito anunciado pela DTNacional é o do que não deve situar-se nos gabinetes e estar envolvida em papeis (não terá sido esse, durante muito tempo, o papel desempenhado pelos dtregionais?), mas antes interessada e empenhada em chegar ao treino e ao jogo, fará todo o sentido equacionar esta questão : sem constrangimentos, para quando uma verdadeira e efetiva regulação e mediação do DTNacional junto dos DTRegionais?
Mas existem esses constrangimentos? Sim, existem, e a precisar de uma urgente tomada de posição. Hoje, por hoje, os DTRegionais reportam-se, em exclusivo, a cada um dos presidentes de cada uma das Associações. É uma realidade pura e dura! Resultante de quê? Responda quem souber e tiver a coragem e o "sentido de estado" de assumir as suas responsabilidades.
Mas não deveria estar implícito no planeamento - e consequente aplicação prática -, essa articulação? Naturalmente que deveria, correndo-se o risco de ao não se planear ou planear mal, estar-se a planear o ... fracasso!
E a situação é tanto mais bizarra, quando temos conhecimento que, desde Outubro/2013, as condições materiais oferecidas aos dtregionais, todos em regime de part-time, por parte da FPB, são, face à realidade portuguesa, substancialmente generosas, particularmente nas Associações que atingem 1.000 ou mais praticantes (critério discutível).
Talvez, porque a propósito, ter presente, de autor anónimo: "Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever, ou seja, por respeito à exigência ética".
Voltaremos a 15 de Setembro, ficando com a esperança de que este "nó górdio" depressa se desvaneça, para bem do mais completo desporto de equipa.
Voltaremos a este "ensaio" com o título: "Como eliminar constrangimentos, DTNacional?".
Até lá, boas férias e bom Basket!