Treinar minis, formação ou profissionais em alta competição implica para os treinadores saberes e competências diferenciadas. Ensinar basquetebol é mais difícil que treinar; estes conceitos são muitas vezes confundidos.
Ensinar significa introduzir novos conceitos enquanto treinar significa corrigir e automatizar capacidades adquiridas.
Na nota anterior procuramos realçar duas noções muito concretas, a saber: A aprendizagem torna-se mais fácil quando o treino é divertido e a introdução do jogo, também pela sua componente lúdica, é a metodologia a utilizar.
Mas, o jogo, só por si, não produz aprendizagens específicas; é dever do treinador criar através dele as oportunidades adequadas para ensinar os jovens em fase de aprendizagem.
Mais do que insistir numa rotina repetitiva de exercícios, a criança precisa de jogar e, com a ajuda do treinador, encontrar respostas para os problemas que o jogo exige, jogo este que, naturalmente, não se afastando muito da sua própria estrutura tática é adaptado à idade e capacidades das crianças.
Isto não significa que se ignorem os fundamentos básicos, todavia o basquetebol como qualquer desporto coletivo não se reduz a um somatório de gestos técnicos bem executados mas, antes, constitui um conjunto de ações que se encadeiam umas nas outras em função das decisões que vão sendo tomadas.
Jogos simplificados e adequados à idade ajudam as crianças a compreender a natureza do jogo.
O jogo dada a sua componente de diversão será uma ferramenta de uso prioritário pois contribui de uma forma substancial para motivar os jovens na aprendizagem; por isso, os exercícios devem contemplar este aspeto lúdico, evitando assim uma monotonia rotineira que leve ao aborrecimento.
Com esta metodologia enfatiza-se o que aprender primeiro e depois como fazer. Desta forma ajudamos as crianças a resolver os problemas que surgem, o que lhes dará maior gozo na aprendizagem.
Queremos que os jovens fiquem descontentes quando acaba o treino mas que regressem ainda mais animados e motivados no próximo treino.
Para as crianças o minibasquete é muito mais do que uma simples atividade física; é uma experiência inesquecível, emocionante e desafiadora.
Alguns destes jovens vão continuar a praticar a modalidade de uma forma informal na fase adulta, em horas de recreio; outros elegem o basquetebol como desporto favorito, aperfeiçoam a sua forma de jogar e atingem alguma notoriedade, todavia, muitos deles acabam por abandonar a modalidade, aborrecidos e dececionados porque os adultos que os rodearam não entenderam as suas necessidades e exerceram pressões inaceitáveis e exigências nada apropriadas.
Para as crianças, o jogo é essencialmente uma atividade lúdica que lhes dá prazer, particularmente, quando resolvem as dificuldades que o jogo apresenta.
O jogo é essencial ao seu desenvolvimento; todas as crianças têm ritmos naturais de aprendizagem, facto que alguns treinadores tendem a esquecer. É preciso dar tempo ao tempo e ser paciente; talvez a qualidade mais valiosa para quem se dedica ao seu ensino.
Para as crianças o jogo é encarado de uma forma diferente dos adultos, mas isto não os impede que descubram muito rapidamente o lado competitivo. Esta rivalidade competitiva deve merecer do treinador uma atenção redobrada.
No minibasquete, o sucesso na competição deve ser analisado de uma forma prospetiva, ou seja, a ênfase deve ser direcionada para o evoluir do ensino, o gosto pela prática e o empenho do atleta. Muita pressão na obtenção da vitória pode ter efeitos contraproducentes e causar o abandono quando não se alcança o êxito que se espera; é essencial definir objetivos desafiantes sem nunca deixar de elogiar o esforço realizado.