Muito agradecido a Jorge
 
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Muito agradecido a Jorge

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Muito agradecido a Jorge Adelino | por Manuel CamposFiquei muito entusiasmado, quando fui convidado, por San Payo Araújo, para escrever algumas linhas sobre o meu amigo e companheiro Jorge Adelino, para serem publicadas no Planeta Basket. Embora já muito afastado do basquete, não esqueço os amigos e logo aceitei de bom grado o desafio.

Mas de seguida logo me surgiu um grande problema: A dificuldade de escrever em apenas algumas linhas tudo o que eu gostava de escrever sobre esta grande referência do basquetebol de formação em Portugal, relatando toda uma vida ligada à modalidade que escolheu muito cedo, como jogador da escola de jogadores do Sport Algés e Dafundo, para percorrer os escalões até sénior de enorme qualidade no seu clube de sempre, o Algés, onde também foi treinador de formação. Mais tarde também trabalhou como formador no Sport Lisboa e Benfica e na seleção nacional de juvenis masculinos.

Como relatar, em poucas linhas, um passado desportivo tão vivido, é tarefa complicada, prefiro simplificar e apenas recordar experiências que tivemos em conjunto e que me enriqueceram imenso.

A educação, postura e competência de Jorge Adelino sobressaíram sempre, tal como a sua humildade e vontade de fazer sempre o melhor, privilegiando o trabalho coletivo. “Um cesto é fruto do trabalho de uma equipa.!” Autor, de entre outros, do livro “As coisas simples do basquetebol”, Jorge Adelino sempre soube, com grande simplicidade, defender valores como o desportivismo e a ética, que enalteceu serem fundamentais, no seu discurso de preletor de muitos cursos e clinics.

Nunca gostou de trabalhar sozinho, como demonstrou, ao faze equipa com o Carlos Teigas e o Mário Bairrada na autoria do livro, “História do Basquetebol no Sport Algés e Dafundo”, obra rigorosa e completa., sobre o simpático clube.

Mas, como decidi falar apenas das experiências vividas com Jorge Adelino, passo a contar: Num passado não muito longínquo, um grupo de amigos ligados ao basquetebol, tentou ajudar a direção da Associação de Basquetebol de Lisboa, a ultrapassar um considerável estado de estagnação, que então se verificava. Formou-se um grupo de apoio técnico, cujos membros se dispuseram a, sem vínculo formal, prestar uma colaboração voluntária e temporária, tentando contribuir para o desenvolvimento de condições essenciais na formação e fomento da modalidade, envolvendo a área de Lisboa.

Com Jorge Adelino formaram equipa os companheiros, Armando Simões, Carlos Teigas, Mário Gomes, Miguel Pereira, que me aceitaram como membro deste conjunto de boas vontades. Seguiram-se muitas semanas de trabalho. No estudo pormenorizado das causas da estagnação que se verificava e foi feita uma cuidadosa análise dos dados disponíveis, fornecidos pelo então presidente da A.B. Lisboa.

Durante todas estas muitas semanas pude apreciar o rigor e a disciplina com que o Jorge Adelino, tratava todos os dados cuidadosamente. Era entusiasmante! Foi um trabalho árduo, que foi finalmente apresentado, através de um vasto relatório de 60 páginas, que terminava sugerindo uma série de recomendações, tais como: definir o modelo de desenvolvimento; potenciar o modelo de gestão da ABL; garantir a recolha e tratamento de dados e informação existentes, a fim de libertar o diretor técnico de tarefa administrativas, para melhor poder desenvolver ação na área técnica. Também foram referidas as necessidades de ampliação dos recursos humanos da ABL, resolução da situação de ausência de arbitragens, da melhoria da competência de treinadores responsáveis por jovens praticantes e ainda a mobilização e envolvimento de todos os agentes da modalidade, como um todo.

Entregue o relatório em Abril de 2005, todos ficámos a aguardar uma resposta, qualquer pedido de esclarecimento. Resposta positiva ou negativa…, mas nada recebemos. E porque, talvez, o presidente de então, se tivesse assustado com o elevado número de páginas e resolvesse aproveitar todo aquele papel, para ser utilizado no W.C. da Associação, nunca tivemos uma resposta. Mesmo sem resposta, esta experiência vivida com o Jorge Adelino e restantes companheiros, foi muito importante, pois durante as muitas reuniões de trabalho, todos aprendemos, uns com os outros e ficámos mais fortes e unidos.
Todo o esforço da equipa, tinha sido desprezado pelos dirigentes da A.B. L., que nunca se dignaram a dirigir uma palavra que fosse, sobre o relatório e as sugestões aprovadas.

Mas valeu a pena, todos aprendemos a lição. Agradeço ao Jorge Adelino, todas as oportunidades proporcionadas para aprender mais e melhor. De momento fico a aguardar, com grande ansiedade, o regresso aos nossos treinos “gastronómicos” onde todo os elementos do “Timão” aprendem muito e sempre.

Jorge Adelino aceita um grande abraço

 

Comentários 

 
0 #1 Humberto Gomes 28-03-2022 06:57
Deixa-me, estimado Manuel Campos, face a esta descrição que, se me permitires, subscrevo na íntegra, aplaudindo, de pé ! Quanta gente boa, competente e com (grande) referência, a nossa modalidade tem perdido ! Com a agravante de que : Não é pensando que somos, é sendo que pensamos ! Aquele abraço fraterno.
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