Mário Barros: o decano dos decanos
 
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Mário Barros: o decano dos decanos

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Mário Barros: o decano dos decanosSe é bem verdade que ser decano corresponderá a ser o mais antigo, termo com origem latina, com significado de 'chefe dos dez' no exército romano, e que originalmente designava o líder de um pelotão de legionários que viviam sob a mesma tenda.

Reconhecido, hoje, nos tempos que correm como erudito e com uma postura elegante e uma profundidade de análise de conteúdos em tudo onde mete a 'mão na massa', neste sistema desportivo, e basquetebolístico em particular, que nos envolve, este o fiel 'retrato' do nosso querido companheiro e amigo Mário Barros.

Também, porque, hoje em dia, aceite e referenciado em muitas e muitas situações como um dos mais modernos (!), porque brilhantemente adaptado às circunstâncias e ao tempo espacial, que ciclicamente vai mediando a intervenção de cada um de nós.

Líder de um 'pelotão de legionários' - corelacionado, então, com a classe de treinadores -, 'sob a mesma tenda' - no que à competição dos mais jovens diz diretamente respeito e em tudo o que se relaciona com a formação de treinadores.

Pela (muita) competência evidenciada, neste teu exemplar caminho percorrido, o nosso 'chefe', não dos dez, mas de toda uma classe que já lhe manifestou o tributo de, através da ANTB, ser merecedor do título de sócio honorário.

Com apenas 18 anos, Mário Barros, sofreu uma lesão grave para a época (rotura simultânea do menisco interno e externo) que o obrigou a deixar de jogar e virar-se para a carreira de treinador.

Humberto Gomes, Mário Barros e Carlos Bio

Bastará fazer as contas e concluir-se quantos anos são transcorridos desde essa altura; uma vida inteira dedicada ao 'mister' de treinador e de formador, em que uma 'máxima' sempre fez parte do seu horizonte, enquanto prática 'no terreno' (onde tudo acontece e se resolve): procurar na excelência um hábito, não um meio.

Sem ser adepto de holofotes acesos para ir cimentando o seu impressionante percurso, como treinador e como formador, referenciamos um nosso modesto escrito no site 'Planeta Basket', em 14 Janeiro de 2016, a que demos o título de 'O Valor das Referências' - hoje por hoje (é factual) com 16.865 visitas - e no qual, em síntese, classificávamos o contributo de Mário Barros como: "a maestria das coisas do tabuleiro e do espaço".

Sobre a 'explicação' de como foi ter sido treinador tão cedo:

Exemplar percurso

"Estávamos muito limitados, mas fiz coisas que mais tarde vim a verificar que estavam bem feitas. Gastei uns dólares e comprar livros americanos. Também me ajudou a criar amizades com José Esteves, Teotónio Lima, Jorge Araújo, José Curado".

E qual a sua visão sobre a formação de treinadores:

Não vamos a lado nenhum

"O primeiro nível não faz treinadores, o mais importante é o período de estágio que se segue, é preciso responsabilizar mais os tutores [voz autorizada de um coordenador]. Mas treinador de basquetebol neste momento não é profissão. Em Portugal, não conheço cinco treinadores que vivam do basquetebol. Outra das minhas lutas é os clubes terem de dar ao treinador de formação o estatuto que merece. Se não melhorarmos na formação, não vamos a lado nenhum".

Pois, pois...´só´...acrescentaremos que: 'Presunção e água benta...'. E, a fechar este time out, talvez que o nosso querido companheiro e amigo - de há mais de quarenta anos -, não se importe de avalizar esta ideia-pensamento de um grande mestre - porque sábio! - John Wooden: "O talento é um dom de Deus, seja grato; a fama é um dom dos homens, seja humilde; a presunção [cá está...] é um dom de si próprio, seja cuidadoso".

Por tudo, e foi muito (!), grato, querido companheiro. Atrevemo-nos a, sem a tua autorização, classificar-te como o decano dos decanos, que tão exemplarmente tens vindo a corporizar esta outra ideia-pensamento de outro grande mestre - porque sábio! - António Damásio: "Antes de chegar ao saber é preciso percorrer o ser e o sentir".

Já nos segundos finais deste time, como é gratificante constatar a referência e os valores que transmitiste, já a várias gerações, quando observamos tratarem-te com um ídolo. Assim tanto, como um ídolo?! Sim, como um ídolo, na medida em que sempre soubeste ensinar, sendo!

Mário Barros, tem valido a pena ter nascido para conhecer, privar e ter-te como amigo, em redor e por dentro de uma sociedade em que (muito) mais vai contando o ter e o poder, em detrimento do SER!

Mário Barros, com afeto, aquele abraço.

 


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