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ComparaçõesA recente conquista do Campeonato da Europa pela seleção espanhola e a brilhante prestação do Benfica, primeiro clube a alcançar um lugar na “Basketball Champions League” fez dísparar o número de comparações publicadas nas redes sociais. Não conheço o suficiente para saber como são outras culturas, mas aqui no nosso país,

de uma forma geral adoramos fazer comparações. Apesar de não conhecer suficientemente bem as outras culturas, quando estive nas reuniões da Fiba-Europa senti, que muito mais do que querer fazer comparações, os companheiros dos outros países tinham acima de tudo curiosidade de saber como os outros países presentes o evento, tentavam resolver problemas, que de uma forma ou outra eles também tinham. Um problema comum, exceto nalguns países como a Lituânia, era como atrair e captar jovens para a modalidade.

Para responder a esse problema, um dos melhores programas que eu pude conhecer foi o projeto da Eslovénia com o seu "Playfull Basketball", que apresentei aqui a 28 de Outubro de 2014, num artigo intitulado “Ideias para crescer”.

Nós adoramos comparar para dizermos ou pensarmos, que somos os maiores, para nos minorarmos, ou pior, para conseguirmos falar mal de quem não gostamos. É uma questão cultural. Nesta de dizermos mal da nossa modalidade, a comparação que mais perplexo me deixa é a comparação entre resultados internacionais das modalidades, como por exemplo entre o hóquei em patins e o basquetebol. Não querendo tirar mérito ao hóquei em patins, aqui penso como a amiga Cristina Leite: “As comparações têm que ser feitas com conhecimentos muito sólidos do que se está a falar... e infelizmente o mais comum é comparar-se o incomparável.

No caso da comparação dos resultados internacionais entre estas duas modalidades estamos a comparar uma modalidade com vasta expressão mundial, com uma modalidade que tem expressão social e desportiva digna desse nome, apenas num país, Portugal, em algumas regiões do norte de Espanha e Itália e numa cidade da Argentina San Juan. Nos outros países e regiões e cidades é uma modalidade residual, que a maioria da população desses países nem conhece ou sabe da sua existência.

Por outro lado, há quem diga que os orçamentos não ganham campeonatos, mas que ajudam, não tenham dúvida, ajudam e muito. Uma vez mais peço-vos para compararem os orçamentos dos melhores clubes de basquetebol e andebol da Europa e os melhores orçamentos dos clubes nacionais nessas duas modalidades. Depois façam a comparação entre a diferença dos orçamentos dos clubes nacionais no basquetebol e andebol com os orçamentos dos clubes europeus de topo nessas modalidades. Facilmente compreenderão, independentemente da qualidade ou falta dela do trabalho dessas duas federações, que as distâncias orçamentais no basquetebol são bem maiores que as do andebol.

Os orçamentos não ganham campeonatos, mas alguém tem dúvidas de que cada vez mais, apenas os clubes com maiores orçamentos poderão aspirar a vencer no futebol a Champions? Por hoje fico-me por aqui com a certeza, que voltarei ao tema das comparações na próxima semana.

 

 


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