O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipa ganha campeonatos.

Michael Jordan

Já não é a primeira vez que elogio o diretor técnico da Associação de Basquetebol do Porto. Desde há muitos anos que reconheço no Prof. Paulo Neta uma enorme coerência e competência na sua liderança técnica. Nunca me hei-de esquecer, e estar eternamente grato, o enorme contributo que o Paulo Neta deu à primeira Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira. Quando poucos apoiavam ou acreditavam naquele evento, prontificou-se em condições, que muito poucos aceitariam, a ser o responsável pela coordenação e nomeação dos jovens, muitos deles nem árbitros eram, que se disponibilizaram a arbitrar e fazer oficiais de mesa na 1ª Festa do Minibásquete.

Eis o que há, mais de dez anos escrevi no artigo “Exemplo de se tirar o chapéu” de 11 de julho de 2011.

“No final do recente evento de Paços de Ferreira afirmei publicamente, que seria profundamente redutor olhar para todo o esforço, levado a cabo pelo Comité Nacional de Minibásquete, Associação de Basquetebol do Porto e pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira, em função exclusiva dos resultados. Acredito convictamente, principalmente em função das idades dos praticantes, que no minibásquete muito mais do que nos esforçarmos por um basquetebol melhor, devemos-nos esforçar por uma sociedade melhor.

Para finalizar nunca poderia terminar este texto sem referir que as boas práticas têm de ser realçadas e louvadas. Caro amigo Paulo Neta, o êxito desportivo deste evento, numa área tão sensível como o da arbitragem passou pelo teu trabalho impecável. Quantos adultos de disponibilizariam a dar o teu exemplo e sair do conforto de casa, dormir vários dias num colchão em salas de aula, para poderes acompanhar a tarefa de coordenação dos jovens árbitros e na final do evento, quando um destes jovens começou a ceder às pressões do jogo, para que o jogo não descambasse teres a coragem de pegar no apito e com enorme imparcialidade arbitrares o jogo da final, onde estava envolvida a tua própria Associação. Um exemplo de fair-play, um exemplo de se tirar o chapéu.”

Ninguém faz nada sozinho, no recente êxito da AB Porto em Albufeira, não foi certamente o Paulo Neta, que deu os treinos ou orientou os jogos, nem nunca o vi nas Festas, em que estive presente, pressionar árbitros, mas foi ele que escolheu os treinadores das suas seleções e sempre senti, quer em Albufeira, quer em Paços de Ferreira um grau de compromisso entre todos e um enorme espírito de equipa nas delegações da AB Porto. Só com a colaboração e apoio dos clubes, que cederam os seus jogadores e jogadoras, só com grande grau de compromisso e envolvimento das suas equipas técnicas é que foi possível, que os astros se alinhassem e a ABP, vencesse as quatro competições de Albufeira. Pelo que fui vendo na FPBTV nem todas as seleções do Porto fossem talvez as mais talentosas, mas eram, salvo melhor opinião, as com espírito de entrega e de equipa mais consistente.

Quando estou a falar na competência do Paulo Neta, não estou tanto a falar nos Xs e Os, estou acima de tudo a falar do fator humano na sua coerência, consistência e capacidade de liderança. Parabéns, amigo Paulo! Para além de ser muito competente, o Paulo é acima de tudo muito bem formado. É o que dito, de uma maneira simples, mas de grande significado, uma boa pessoa. Não há bons treinadores sem competência técnica, mas na formação desportiva tão ou mais importante que serem bons treinadores têm de ser, acima de tudo, pessoas bem formadas.