A Alemanha, recente campeã mundial de basquetebol, tem desde 2015 apostado fortemente na formação de treinadores especificamente destinados para o ensino do minibásquete. Gostaria, desde já, que ficasse claro que não estou a insinuar que há uma relação direta entre os dois factos.
Contudo há na federação alemã, desde 2015, uma forte preocupação em investir no futuro, ou seja, na formação de treinadores de minibásquete. Em Portugal como referi na introdução à excelente entrevista à Paula Seabra: “É habitual ouvirmos dizer que o minibásquete é o futuro, o que não deixa de ser curioso porque na maioria dos casos entregamos o futuro a treinadores inexperientes. Deixamos o futuro nas mãos da inexperiência.”
Reli a entrevista, que fiz em 2017 a Tim Brentjes, responsável pelo minibásquete alemão: Formar treinadores e uma vez mais fiquei convencido que investir no futuro é investir numa formação específica para treinadores de minibásquete. Bem sei que há, por parte do IPDJ, restringimentos a nível legislativos, que não facilitam a criação desta formação específica. Contudo será que haverá por parte de todas as federações que sentem este problema, e não apenas a do basquetebol, preocupação e empenho para alertar e forçar uma alteração legislativa? Será que não haverá, dentro do atual quadro legislativo, a possibilidade da federação promover à semelhança da federação alemã um programa de especialização em minibásquete, para quem já tem o curso de treinador?
Agora que já estou retirado das lides oficiais da modalidade não deixo de sentir um pouco de orgulho ao reler na referida entrevista as palavras de Tim Brentjes sobre a minha intervenção em 2016 no seminário do curso para treinadores de minibásquete da federação alemã. “É sempre útil ter pessoas com vasta experiência no minibásquete como palestrantes. Os alunos e os outros especialistas presentes nas ações aproveitaram as palestras e a experiência portuguesa no minibásquete. O que foi mais apreciado foi especialmente a parte prática e a filosofia transmitida, foram classificadas como de elevado valor pelos alunos.”
Como disse, já estou retirado, mas enquanto isso me der prazer, continuo a pensar em soluções nas quais acredito que possam daí resultar melhorias da modalidade.